sábado, 26 de abril de 2014

Canonização dos papas João XXIII e João Paulo II. Leia!

Palavra do Bispo

João XXIII e João Paulo II
Neste 2.º Domingo da Páscoa, instituído por João Paulo II como o Domingo da Misericórdia Divina, ele juntamente com João XXIII estão sendo canonizados pelo Papa Francisco.
Alguém pode se perguntar: porque tanta pressa em canonizar dois papas simultaneamente e em tão pouco tempo? Não sou especialista no assunto e nem profundo conhecedor da vida deles e todos os seus ensinamentos, mas que ambos são reconhecidos como homens de grande virtude e eximia responsabilidades nas funções que ocuparam na vida da Igreja, isso é sabido e reconhecido por todos.
Parece que o papa Francisco não faz muito mistério e deseja ver as coisas acontecer e deseja agilizar todo aquilo que pode edificar o povo de Deus. Exemplo claro disso é a canonização de São José de Anchieta, que ouvido o apelo da unanimidade de um abaixo assinado de todos os bispos do Brasil, dispensou até o milagre que no processo normal é exigido entre Beatificação e Canonização.
Sabemos da fama de “Papa Bom” atribuída a João XXIII que na sua simplicidade e profunda fé, soube ler os sinais dos tempos e discernir a necessidade de convocar um Concílio Ecumênico para atualizar a doutrina e práxis da Igreja para ser fiel a sua missão no mundo, provocada pela modernidade que vinha avançando. Seu estilo paternal, marcado por uma espiritualidade de comunhão e fraternidade cativou o mundo. Ele tratou das paz mundial, do diálogo entre as nações, naqueles tempos difíceis da “guerra fria” que segregou especialmente os países eslavos.
João Paulo II, nome que expressa o desejo de continuidade e homenagem aos seus dois predecessores & ndash; João XXIII e Paulo VI – papa que viveu os processos do pós-Concílio e marcou a celebração do Grande Jubileu do Ano 2000. Ele vinha justamente da Polônia, país do “bloco soviético” que passava por um forte momento de democratização.
O carisma missionário, de estilo martirial, de João Paulo II – afetivo e enérgico ao mesmo tempo – é como um complemento histórico ao estilo de João XXIII. Canonizá-los no mesmo dia é um convite a nós católicos e, também, a outros cristãos e pessoas de coração aberto a acolher a herança de ambos conjuntamente, já que os dois partilharam da mesma missão.
O Papa peregrino comunicava-se em palavras e gestos evidentes e impactantes. Como esquecer sua presença carismática quando girava a bengala para interagir com a multidão? Quem não lembra o momento em que a voz não saia à janela do Palácio Apostólico, diante do público junto a Praça São Pedro? As milhares de cenas de encontro, de zelo e de fraternidade durante suas visitas apostólicas?
Ao canonizá-los a Igreja os propõe como exemplos a serem imitados na vivência do nosso seguimento de Jesus. Não nos deixemos dominar pela sede de espetáculo, mas deixemo-nos provocar pelos seus exemplos de vida.
Neste Domingo da Misericórdia a liturgia nos oferece três importantes mensagens:
1º) A missão dos discípulos: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio. Depois soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”.
2º) O belíssimo ex emplo dos primeiros cristãos: “eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e colocavam tudo em comum. Eram estimados por todo povo. E, cada dia, o Senhor acrescentava mais pessoas que seriam salvas” (Cf. At, 2,42-47).
3º) E a manifestação da Misericórdia divina: “Em sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, ele nos fez nascer de novo, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível, que não se mancha e não murcha e que é reservada para vos nos céus” (1Pd 1,3-4).
Não sejamos teimosos como Tomé, que enquanto não viu não acreditou, mas os bem-aventurados que acreditam mesmo sem ter visto. Temos tudo a ganhar. O prêmio será a nossa salvação, a alegria da amizade do Cristo presente em nossas vidas, a paz de quem sabe-se perdoado pelo Pai misericordioso que mais se alegra pelo encontro da ovelha perdida que pelas 99 que estavam no aprisco.
Que São João XXIII e São João Paulo II intercedam para todos nós um pouco desse orvalho restaurador da bondade e da misericórdia divina.
São João XXIII e São João Paulo II, rogai por nós! Amém.
Dom Jaime Pedro Kohl
Bispo de Osório


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