sábado, 17 de maio de 2014

Leia a mensagem de Dom Jaime Pedro Kohl, bispo diocesano.

Palavra do Bispo

Não se perturbe o vosso coração
Que bom e que bonito ouvir de Jesus essa consoladora exortação. Como não se sentir animado e alegre ao ouvir tais palavras do maior de todos os amigos: Jesus? Ninguém nos amou tanto e continua a nos amar como aquele que entregou sua vida por nós e pela nossa salvação.
O contexto é de despedida e o mestre vai dizendo aos apóstolos: “Não se perturbe o vosso coração... Tenham fé, acreditem no que estou dizendo. Na casa de meu Pai há muitas moradas... Eu mesmo vou para lá preparar um espaço para vocês. Depois, quando eu voltar, vos levarei comigo, a fim de que participem desse espaço. E o caminho para lá vocês já o conhecem”.
É normal nos perguntarmos: que significa esse discurso de Jesus? De que mesmo está falando?
Até os mais distraídos percebem que sua promessa não se limita as coisas deste mundo. O tema de fundo é a nova vida, a Páscoa com seus desdobramentos e reflexos sobre a humanidade como um todo e as pessoas em particular. A casa do Pai, esse espaço reservado para cada um e preparado por Ele, é algo bom que deve acontecer a partir da sua atividade e entrega, pois, como deixou entender no domingo passado, Ele veio para conduzir-nos às verdes pastagens, às fontes da vida e da vida plena.
À intervenção de Tomé: “Senhor não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” Jesus respondeu taxativamente: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Para chagar ao Pai, só por mim”.
Claro que Jesus não é uma simples estrada, um lugar, nem mesmo uma ideia, mas uma pessoa, alguém, um ser vivo e portador de vida. Mas quando se trata de ir ao Pai , chegar a Deus, é aqui que toma sentido a sua autoapresentação: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
É o mesmo significado da “porta das ovelhas”. Elas devem passar por Ele para sair às verdes pastagens e entrar para estar em segurança.
Para ir ao Pai, para gozar de sua presença e de sua companhia o caminho é Jesus. Para enxergar as coisas como elas são e compreender o mistério do homem, da criação e do próprio Deus não é possível senão passando por Jesus, acolhendo a revelação que Ele nos fez do Reino de Deus.
Assim, para termos a vida e a vida plena, somente seguindo os passos de Jesus que assumiu a fragilidade humana, experimentou a dor mais dura e cruel até a morte e morte de cruz, colocando-nos pela ressurreição na sua mesma condição de vida junto ao Pai.
C omo devem ter percebido, tudo deve ser visto nessa perspectiva do caminho para o Pai.
Vemos isso, claramente, quando Filipe entra na conversa: “Senhor mostra-nos o Pai e isso nos basta!” É bonita essa manifestação de busca. Seria como dizer: tudo o que nós queremos é “ver o Pai!”. O sonho de toda pessoa humana é conhecer quem a gerou, saber de sua história e do mistério que a envolve.
À curiosidade dos discípulos Jesus responde: “Filipe! Há tanto tempo estou com vocês, e você ainda vem com essa! É muito simples: quem me viu, viu o Pai... Pois eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem! Digo mais, quem acreditar vai fazer o que eu faço, e fará até coisas maiores. Quanto a mim, eu vou para o Pai”.
É interessante perceber que Jesus afirma estar no Pai, que possui uma comunhão intima com ele , mas ao mesmo tempo está determinado a voltar ao Pai e a aquele lugar-espaço de onde saiu, lá onde a vida pode ser vivida em plenitude. E, porque Ele é o amor em pessoa e nos ama, nos quer neste mesmo lugar para gozarmos da mesma vida.
Ao dizer: “Quanto a mim, eu vou para o Pai”, parece convidar: eu estou indo para lá e vocês querem vir comigo?
Está bem! Mas qual é o caminho?
Sou eu, sigam-me!
Entender que Jesus nos está chamando para segui-lo é uma grande graça. E entender que Ele é o caminho para a vida plena, ou seja, para encontrar o verdadeiro sentido da vida, igualmente.
Com razão e muita propriedade os bispos latinoamericanos e caribenhos nos exortaram a perseguir esse caminho, dizendo-nos:
“Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa possa receber;
tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas;
e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (Ap nº 29).
Coragem! Não guardemos esse tesouro só para nós. Saímos pela ruas e cidades distribuindo com largueza esse precioso dom: Jesus.
Ele continua dizendo-nos ao pé do ouvido: “Não se perturbe o vosso coração! Acreditem! Se não fosse assim vos teria dito. Quero muito que vocês estejam comigo, que participem da minha mesma vida e felicidade”.
Caminhemos confiantes com o Senhor e para o Senhor!
Dom Jaime Pedro Kohl
Bispo Diocesano


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