sábado, 27 de agosto de 2016

Evangelho do final de semana - Amigo, vem mais para cima!

22º DOMINGO Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Lc 14,1.7-14

Quem se eleva, será humilhado e
quem se humilha, será elevado.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo seg. Lucas 14,1.7-14
1Aconteceu que, num dia de sábado,
Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus.
E eles o observavam.
7Jesus notou como os convidados
escolhiam os primeiros lugares.
Então contou-lhes uma parábola:
8'Quando tu fores convidado para uma festa de casamento,
não ocupes o primeiro lugar.
Pode ser que tenha sido convidado
alguém mais importante do que tu,
9e o dono da casa, que convidou os dois,
venha te dizer: 'Dá o lugar a ele'.
Então tu ficarás envergonhado
e irás ocupar o último lugar.
10Mas, quando tu fores convidado,
vai sentar-te no último lugar.
Assim, quando chegar quem te convidou,
te dirá: 'Amigo, vem mais para cima'.
E isto vai ser uma honra para ti
diante de todos os convidados.
11Porque quem se eleva, será humilhado
e quem se humilha, será elevado.'
12E disse também a quem o tinha convidado:
'Quando tu deres um almoço ou um jantar,
não convides teus amigos, nem teus irmãos,
nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos.
Pois estes poderiam também convidar-te
e isto já seria a tua recompensa.
13Pelo contrário, quando deres uma festa,
convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos.
14Então tu serás feliz!
Porque eles não te podem retribuir.
Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos.'
Palavra da Salvação.


O LUGAR DO CRISTÃO

Em sua caminhada para Jerusalém, na casa de um dos chefes dos fariseus, Jesus não perde a ocasião para falar de duas atitudes fundamentais: a humildade e a gratuidade.

Observando os convidados que ocupavam os primeiros lugares, Jesus propõe a situação de uma festa de casamento para questionar o desejo de autopromoção, de privilégios, de mostrar-se melhor que os outros. Ocupar o último lugar, mais que um gesto isolado, indica uma atitude: a humildade de quem se reconhece necessitado dos outros, de quem é apenas convidado e não o dono da festa da vida. Humildade, aliás, que o Mestre indicou não apenas com palavras, mas sobretudo com a vida, ao mostrar que o maior mesmo é aquele que serve. Ficar em último lugar é colocar-se no mesmo lugar dele, que veio servir e se doar a todos, sobretudo aos mais necessitados.

Relacionamentos gratuitos, não baseados no desejo de retribuição, mas no amor desinteressado e livre de quem serve, fazem-nos de fato últimos.  O verdadeiro amor leva o discípulo não à busca de retribuição, mas ao dom generoso e desinteressado. Daí o convite a relacionamentos diferentes, com pessoas diferentes, com os pobres e doentes, que não podem retribuir. Com efeito, na lógica do reino de Deus, importa é que nos preocupemos com quem não tem importância na engrenagem perversa que privilegia uns poucos e exclui a tantos.

Neste Ano Santo da Misericórdia, o que significa ser “misericordiosos como o Pai”, senão tomar consciência de nossa condição de convidados para uma festa na qual o Pai bondoso quer incluir a todos? Ocupar o último lugar, o lugar do serviço, é deixar-se mover pela misericórdia em direção aos menores, sem negociar com a generosidade. Pois não faz nada de mais quem faz o bem esperando recompensa. O autêntico testemunho cristão é serviço livre, humilde e gratuito a todos, sobretudo aos menores, na esperança do único bem verdadeiro: a plenitude da vida em Deus, na ressurreição dos justos.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp

Meditando o evangelho

A PRIMAZIA DOS EXCLUÍDOS 
Os excluídos e deserdados estiveram sempre no centro das atenções de Jesus. Este aproveitava todas as oportunidades para dispor os discípulos a acolhê-los e mostrar-se solícitos para com eles, diferentemente do comportamento típico da época.
A refeição na casa do fariseu ofereceu-lhe uma ocasião favorável para isto. Em geral, convida-se para uma ceia, em família, os próprios familiares, as pessoas às quais se quer bem, ou alguém de uma certa importância. Existe quem se preocupa em convidar os ricos, com o intuito de receber também um convite, em contrapartida.
Quiçá fosse esta a mentalidade do chefe dos fariseus, pois é a ele que Jesus dirige a advertência de romper com este esquema. Como? Chamando para o banquete os pobres, estropeados, coxos e cegos. Em suma, os desprezados deste mundo, dos quais seria impossível esperar algo como recompensa. Isto sim, seria a expressão da mais absoluta pureza de coração, característica de quem o tem centrado em Deus. Seria um ato de amor misericordioso, próprio de quem não se deixa escravizar pelo egoísmo.
Tal gesto de bondade não passa despercebido aos olhos do Pai. Por ocasião da ressurreição, quem agiu assim receberá a recompensa devida. Diz o provérbio bíblico: "Quem dá aos pobres, empresta a Deus". Pois bem, quem se mostra generoso com os excluídos deste mundo, pode estar seguro de estar atraindo sobre si a misericórdia divina. (DomTotal).
Oração
Espírito que conduz ao amor dos mais pobres, abre meu coração para acolher os deserdados deste mundo, pois eles têm a primazia no coração do Pai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário