sábado, 1 de outubro de 2016

Evangelho do final de semana - Se vós tivésseis fé...

27º DOMINGO Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Lc 17,5-10

Se vós tivésseis fé.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,5-10

Naquele tempo:
5Os apóstolos disseram ao Senhor:
'Aumenta a nossa fé!'
6
O Senhor respondeu:
'Se vós tivésseis fé,
mesmo pequena como um grão de mostarda,
poderíeis dizer a esta amoreira:
`Arranca-te daqui e planta-te no mar',
e ela vos obedeceria.
7
Se algum de vós tem um empregado
que trabalha a terra ou cuida dos animais,
por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo:
'Vem depressa para a mesa?'
8
Pelo contrário, não vai dizer ao empregado:
'Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me,
enquanto eu como e bebo;
depois disso tu poderás comer e beber?'
9
Será que vai agradecer ao empregado,
porque fez o que lhe havia mandado?
10
Assim também vós:
quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram,
dizei: 'Somos servos inúteis;
fizemos o que devíamos fazer'.'
Palavra da Salvação.

A FORÇA DA FÉ
Quando os discípulos pediram a Jesus para aumentar-lhes a fé, queriam que ela se tornasse mais autêntica e existencial. Quando isto acontecesse, eles estariam aptos para testemunhá-la com a vida, de acordo com o que acreditavam. Não é questão de aumento quantitativo da fé. Mesmo que seja mínima, mas autêntica, ela tem o formidável poder de fazer coisas impossíveis.
Esta é a mensagem da parábola da árvore transplantada para o mar. Uma fé minúscula seria suficiente para ordenar a uma árvore arrancar-se e plantar-se no mar. Essa ordem será imediatamente executada, quando resultar da confiança inabalável em Deus.
A profundidade da fé manifesta-se na maior ou menor capacidade de realizar as obras dela decorrentes. E as obras decorrentes da fé são as do amor. Quanto mais temos fé, mais somos misericordiosos com o próximo, cultivamos uma disposição contínua para perdoar, buscamos, em tudo, ser fraternos e solidários com os outros, empenhamo-nos pela causa da justiça.
As obras da fé são, em última análise, o dever fundamental da comunidade cristã. Realizá-las é obrigação. Quem as pratica, sabe que faz o que Deus quer. Portanto, tem consciência de ser um simples servo inútil, cuja única grandeza consiste em fazer o que é seu dever. (Dom Total).

 
Jesus continua seu caminho rumo a Jerusalém, durante o qual ensina aos discípulos a necessidade de coadunarem sua vida com a dele. No texto de hoje, os apóstolos reconhecem a necessidade de aumentar e fortalecer a própria fé, por isso pedem a Jesus: “Aumenta a nossa fé”. Percebem que precisam tornar mais qualificada a fé tradicional vivida por eles desde a juventude, a qual se mostrava insuficiente para seguir efetivamente o Mestre.

A fé não é tanto a adesão a algumas verdades abstratas, mas, mais que isso, é adesão incondicional a uma pessoa, a pessoa de Jesus Cristo. É aceitar o seu projeto de vida e liberdade para todos e obedecer a esse projeto.

A expressão usada por Jesus (“grão de mostarda”) para falar da força da fé é uma metáfora que mostra o poder da fé mesmo “pequena”: o de transformar as estruturas que não favorecem a vida do povo. A fé capaz de reacender a chama do entusiasmo e da esperança da comunidade. Portanto, não se trata tanto de “tamanho”, mas de qualidade da fé.

À primeira vista, a parábola pode nos desconcertar, fazendo-nos pensar que Jesus aprovou a escravidão existente na sua época (hoje estamos livres?). Com a parábola, usando um fato da vida daquele tempo, Jesus propõe não a servidão aos patrões, mas o serviço à comunidade e ao povo de Deus. Somos servos de Deus, e o serviço a ele não pode ser visto como fonte de méritos. A missão de evangelizar é compromisso que recebemos de Jesus, não tanto uma iniciativa própria.

O pedido dos discípulos continua válido e necessário também para nós: Senhor, aumentai a nossa fé. Uma fé mais robusta e vigorosa, capaz de nos transformar e, com nossa vida, transformar as comunidades comprometidas com o reino de Deus, que não compactua com a violência, a intolerância e a falta de misericórdia presentes na nossa sociedade.
Pe. Nilo Luza, ssp

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