sábado, 2 de setembro de 2017

Evangelho do final de semana - "S alguém quer me seguir..."

22º Domingo do Tempo Comum
3 de Setembro de 2017

Cor: Verde

Evangelho - Mt 16,21-27

Se alguém quer me seguir renuncie-se a si mesmo.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,21-27
Naquele tempo:
21Jesus começou a mostrar a seus discípulos
que devia ir à Jerusalém
e sofrer muito da parte dos anciãos,
dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei,
e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia.
22
Então Pedro tomou Jesus à parte
e começou a repreendê-lo, dizendo:
'Deus não permita tal coisa, Senhor!
Que isto nunca te aconteça!'
23
Jesus, porém, voltou-se para Pedro, e disse:
'Vai para longe, Satanás!
Tu és para mim uma pedra de tropeço,
porque não pensas as coisas de Deus
mas sim as coisas dos homens!'
24
Então Jesus disse aos discípulos:
'Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo,
tome a sua cruz e me siga.
25
Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la;
e quem perder a sua vida por causa de mim,
vai encontrá-la.
26
De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro
mas perder a sua vida?
O que poderá alguém dar em troca de sua vida?
27
Porque o Filho do Homem
virá na glória do seu Pai, com os seus anjos,
e então retribuirá a cada um de acordo com a sua
conduta.
Palavra da Salvação.


A MORTE INEVITÁVEL
Ao declarar a proximidade de sua morte inevitável, Jesus provocou desassossego entre os discípulos. Havia entre eles pontos de vista divergentes.

Tornava-se cada vez mais claro para Jesus que o esperava o caminho de sofrimento. Suas palavras e seus gestos poderosos provocavam a ira das autoridades religiosas. Embora muitos o acolhessem e o reconhecessem como Messias, havia também os que o rejeitavam e o odiavam.

Por outro lado, Jesus tinha consciência do caminho que o Pai lhe traçara, e não estava disposto a abrir mão da fidelidade exigida para percorrê-lo até o fim. As ameaças e as represálias não lhe infundiam medo, embora o horizonte não fosse muito animador. Perceber a proximidade da morte foi questão de bom senso.

Os discípulos, pelo contrário, deixavam-se guiar pelos ideais messiânicos mundanos. Esperavam ver Jesus revestido de glória e poder, ocupando o trono de Israel e implantando o Reino de maneira espetacular. Palavras como sofrimento e morte, e mesmo ressurreição, não tinham significado para eles. Pouco lhes interessavam! Suas preocupações  eram bem outras.

A reação espontânea de Pedro é uma mostra de sua mentalidade. Mas também a censura que Jesus lhe dirige revela o modo de pensar deste discípulo. Querendo convencer o Mestre a deixar de lado o pensamento de sofrimento e morte, Pedro levá-lo-ia para o caminho da infidelidade ao Pai. E isto Jesus não podia permitir. (DomTotal).

DOAR A PRÓPRIA VIDA
Logo depois de professar que Jesus é “o Messias, o Filho do Deus vivo”, Pedro demonstra que ainda não havia compreendido a missão do Mestre. Missão de servo sofredor, de quem vem para assumir as dores da humanidade, para compadecer-se dos sofredores e abrir a todos o caminho da vida plena.

Ao repreender Jesus, Pedro se faz porta-voz de todos os que esperam um messias poderoso e triunfante, que tome o poder dos opressores e restaure com seu exército o reino de Davi.

O caminho de Jesus, porém, não é o caminho do poder e da força bruta. É o caminho do sofrimento e da compaixão, da mudança de mentalidade que leva a entregar a própria vida.

Facilmente podemos assumir a atitude de Pedro, querendo que Jesus atenda às nossas expectativas, ao nosso modo de pensar. Mas os discípulos é que seguem os passos do Mestre, e não o contrário. Querer que Jesus siga um modo de pensar meramente humano significa tornar-se Satanás, inimigo, adversário de Deus, em vez de seguidor e aprendiz do Mestre.

Pensar as coisas de Deus, ao invés, é converter-se à lógica do reinado de Deus, é mudar de mentalidade e compreender que o único caminho para ganhar a vida é doar-se pela mesma causa de Jesus. Pois só encontra a vida quem se perde na paixão pela humanidade, deixando-se interpelar pela miséria dos irmãos desfigurados em sua dignidade, sofrendo com os que sofrem, entregando a própria vida para que outros possam ter mais vida.

Tomar a própria cruz, portanto, não é simplesmente sofrer, porque Jesus não quer sofredores sem causa. Ser discípulos e tomar a própria cruz significa sofrer as consequências de ter assumido a mesma missão de Jesus, no serviço e na entrega da vida pelos outros. Percorrendo este caminho é que nossa vida ganha sentido.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp - Paulus

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