sábado, 6 de abril de 2019

Evangelho do domingo - "Eu não te condeno."


5º Domingo da Quaresma
7 de Abril de 2019
Cor: Roxo
Evangelho - Jo 8,1-11
'Quem dentre vós não tiver pecado, seja
o primeiro a atirar-lhe uma pedra.'

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 8,1-11
Naquele tempo:
1Jesus foi para o monte das Oliveiras.
2De madrugada, voltou de novo ao Templo.
Todo o povo se reuniu em volta dele.
Sentando-se, começou a ensiná-los.
3Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus
trouxeram uma mulher surpreendida em adultério.
Colocando-a no meio deles,
4disseram a Jesus: 'Mestre,
esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
5Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres.
Que dizes tu?'
6Perguntavam isso para experimentar Jesus
e para terem motivo de o acusar.
Mas Jesus, inclinando-se,
começou a escrever com o dedo no chão.
7Como persistissem em interrogá-lo,
Jesus ergueu-se e disse:
'Quem dentre vós não tiver pecado,
seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.'
8E tornando a inclinar-se,
continuou a escrever no chão.
9E eles, ouvindo o que Jesus falou,
foram saindo um a um,
a começar pelos mais velhos;
e Jesus ficou sozinho,
com a mulher que estava lá, no meio do povo.
10Então Jesus se levantou e disse:
'Mulher, onde estão eles?
Ninguém te condenou ?'
11Ela respondeu: 'Ninguém, Senhor.'
Então Jesus lhe disse:'Eu também não te condeno.
Podes ir, e de agora em diante não peques mais.'
Palavra da Salvação.

 Eu não te condeno
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Nos domingos da Quaresma deste ano entramos, como sempre, pelo deserto da tentação ou da provocação e depois subimos ao monte para rezar com Jesus e vê-lo transfigurado. Fomos em seguida chamados à conversão a partir dos acontecimentos da torre de Siloé, que desabou, e da matança dos galileus por ordem de Pilatos. Encontramos depois o pai bondoso com os dois filhos, o pródigo e o mal-humorado e, por fim, a mulher, conhecida como a adúltera, ou a miséria que se encontra com a misericórdia. A cena se dá bem cedo, no recinto do Templo. Colocam diante de Jesus uma mulher pega em adultério, com o intuito de “experimentar Jesus e ter motivo de acusá-lo”. Não estão atrás de misericórdia, de compreensão, justiça ou verdade. Querem armar uma cilada para apanhar Jesus. A mulher é mero instrumento ocasional.
Jesus conhece quem está em volta dele e se posiciona claramente tanto em relação aos escribas e fariseus quanto em relação à mulher. Quem dos escribas e fariseus, e de todos os que lá se encontravam, estava sem pecado e podia atirar a primeira pedra naquela mulher? Quantos adúlteros se encontravam ali? O próprio homem com quem a mulher tinha sido surpreendida, não estaria lá também com uma pedra na mão? Era o teatro da hipocrisia. Jesus escreve alguma coisa no chão e os mais velhos começam a se retirar. Não devem brincar com a misericórdia de Deus. A mísera criatura se encontra com a misericórdia.
Como sempre faz, Jesus lhe devolve a vida e a vontade de viver. “Vai adiante e não peques mais.” Jesus é a luz que ilumina o caminho para que ninguém tropece nas trevas. Dizem que os cristãos tiveram dificuldade com essa passagem do Evangelho por medo de ser ela um estímulo ao pecado. O pecado, introduzido pelo demônio, tira a vida, e Jesus quer que todos tenham vida em abundância. Ele compreende nossa fraqueza e nossa miséria e nos tira do fosso profundo para a claridade de sua luz. Não faz justiça com pedradas. Ao contrário, acolhe o pecador para que mude de vida e não peque mais. Não pecará mais por ter se sentido amado, e não pela ameaça do castigo.

NÃO PEQUES MAIS!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://domtotal.com/religiao-liturgia-diaria.php).

Os inimigos de Jesus viviam criando armadilhas para pegá-lo, mas eles mesmos é que acabavam caindo nelas. Não tendo motivos plausíveis para condená-lo, buscavam, inutilmente, uma deixa para levá-lo às barras do tribunal.
O confronto com a mulher surpreendida em flagrante adultério não deixou Jesus embaraçado. Seus adversários, tão espertos para flagrar o pecado alheio, não foram capazes de esconder de Jesus os próprios pecados. Afinal, não é a mulher a grande pecadora, e sim, os escribas e fariseus que a acusavam. Não só: estes, quanto mais velhos, mais se encontravam atolados no pecado. A idade não os levou a amadurecer na virtude. Pelo contrário, cresceram na maldade e na malícia. Consequentemente, faltava-lhes moral para acusar aquela pobre mulher.
A exortação final que o Mestre lhe dirigiu - "Não peques mais!" - aplica-se perfeitamente bem aos seus inimigos. Estes intencionavam pôr Jesus à prova. Mostraram-se impiedosos com uma mulher, de cuja fraqueza se prevaleceram. Quiseram parecer honestos, quando, na verdade, viviam no pecado, uma vez que se insurgiam contra o enviado do próprio Deus. Antes de mais ninguém, eles é que deveriam converter-se. A única coisa boa que fizeram foi colocar a pecadora em contato com o coração misericordioso de Jesus.

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