10 de Novembro de 2019
4ª semana do Saltério. Ofício dominical comum. Missa . pr: Gl,
Cr, Pf dos domingos cms.
Cor: Verde
Evangelho
- Lc 20,27-38
Deus não é Deus dos mortos,
mas dos vivos.
+
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 20,27-38Naquele tempo:
27Aproximaram-se de Jesus alguns saduceus,
que negam a ressurreição,
28e lhe perguntaram:
'Mestre, Moisés deixou-nos escrito:
se alguém tiver um irmão casado
e este morrer sem filhos,
deve casar-se com a viúva
a fim de garantir a descendência para o seu irmão.
29Ora, havia sete irmãos.
O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos.
30Também o segundo
31e o terceiro se casaram com a viúva.
E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos.
32Por fim, morreu também a mulher.
33Na ressurreição, ela será esposa de quem?
Todos os sete estiveram casados com ela.'
34Jesus respondeu aos saduceus:
'Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se,
35mas os que forem julgados dignos
da ressurreição dos mortos
e de participar da vida futura,
nem eles se casam nem elas se dão em casamento;
36e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos,
serão filhos de Deus, porque ressuscitaram.
37Que os mortos ressuscitam,
Moisés também o indicou na passagem da sarça,
quando chama o Senhor de 'o Deus de Abraão,
o Deus de Isaac e o Deus de Jacó'.
38Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos,
pois todos vivem para ele.'
Palavra da Salvação.
Ele
é Deus dos vivos - Lc 20,27-38
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Jesus está em Jerusalém. A longa
caminhada chegou ao fim e aproximam-se os dias de sua glorificação. Nós também
nos aproximamos do fim do ano litúrgico e do ano civil. Na perspectiva do fim
dos tempos e do nosso tempo, a liturgia nos faz refletir sobre a ressurreição.
Os saduceus, que eram sacerdotes do Templo e não aceitavam a ressurreição dos
mortos, fizeram a Jesus uma pergunta capciosa: “Na ressurreição, uma mulher que
se casou sete vezes, e todos os maridos morreram, vai ser esposa de qual
deles?”. Os saduceus argumentam como se a ressurreição fosse uma simples repetição
desta vida. A ressurreição não é repetição, é plenitude. O que aqui começa, lá
desabrocha na perfeição. Na eternidade não haverá morte, por isso não haverá
casamento nem geração de filhos. Entraremos numa novidade de vida, que prolonga
a atual, sem repeti-la. Não vamos sobreviver. Vamos ressuscitar.
O Livro dos Macabeus relata o
martírio de sete irmãos com sua mãe na época do rei Antíoco IV Epífanes. O rei
queria substituir a religião dos judeus pela cultura dos gregos e seus ídolos.
Muita gente ficou firme na fé e preferiu morrer a aceitar as imposições do rei.
Assim também esta mãe e seus sete filhos. Todos ficaram firmes, suportando a
tortura até a morte. O quarto filho, pouco antes de morrer, disse: “Prefiro ser
morto pelos homens tendo em vista a esperança dada por Deus, que um dia nos
ressuscitará”. E dirigindo-se ao rei, lhe disse: “Para ti, porém, ó rei, não
haverá ressurreição para a vida”. Este jovem judeu professou sua fé e sua
esperança na ressurreição. Tinha certeza de que Deus ia ressuscitá-lo. O rei
também ia ressuscitar, mas não para a vida. Um dia, vamos despertar, ver a face
do Senhor, e sentir-nos plenamente saciados. Como diz o salmista: “Eu verei,
justificado, a vossa face e ao despertar me saciará vossa presença”. São Paulo
escreve aos tessalonicenses que Deus os amou, lhes deu uma consolação eterna e
uma esperança feliz. A consolação nos é dada nesta terra em vista do que
acontecerá no fim. Vendo o fim, adquirimos ânimo para a prática do bem e não
nos associamos aos reis Antíocos deste mundo.
A
VIDA SUPERA A MORTE
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://domtotal.com/religiao-liturgia-diaria.php).
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://domtotal.com/religiao-liturgia-diaria.php).
Ao
questionar Jesus, os saduceus tinham a intenção de ridicularizar os fariseus,
cuja fé na ressurreição dos mortos era bem conhecida, por ser uma crença
propagada nos meios populares. Os saduceus queriam também conhecer a posição de
Jesus, para saber de que lado se posicionava.
O ponto de partida da pergunta foi
uma história um tanto grotesca, fundada numa teologia mal-enfocada.
Supunha-se, erroneamente, que a ressurreição fosse a continuação pura e simples da vida terrena. Que a humanidade está envolvida por um determinismo cruel, estando todos os seres humanos fadados a idêntico destino eterno. Que a morte supera a vida, pois é para o sheol, lugar de trevas e sombra, que caminham todas as pessoas. Que Deus não tem o poder de interferir no destino eterno delas.
Supunha-se, erroneamente, que a ressurreição fosse a continuação pura e simples da vida terrena. Que a humanidade está envolvida por um determinismo cruel, estando todos os seres humanos fadados a idêntico destino eterno. Que a morte supera a vida, pois é para o sheol, lugar de trevas e sombra, que caminham todas as pessoas. Que Deus não tem o poder de interferir no destino eterno delas.
Jesus
responde, estabelecendo uma distinção entre "este mundo" e o
"outro mundo". O erro dos saduceus consiste em confundi-los. O ser
humano está destinado a viver neste mundo, sem perder de vista o outro. Sendo
Deus o Senhor da vida, pode doá-la tanto neste mundo quanto no outro.
Entretanto,
no mundo vindouro, a vida será vida plena, sem as limitações da vida terrena.
Cessam, aí, as preocupações terrenas, como casar-se e dar-se em casamento, e
desaparece, também, as ameaças da morte. A comunhão com o Pai torna-se penhor
de vida eterna. A morte dá início, neste caso, a uma explosão de vida.
Oração
Espírito vivificador, que a esperança na ressurreição dos mortos me faça viver neste mundo, sem perder de vista que meu destino é a vida plena, na comunhão com o Pai.
Espírito vivificador, que a esperança na ressurreição dos mortos me faça viver neste mundo, sem perder de vista que meu destino é a vida plena, na comunhão com o Pai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário