1º Domingo do Advento
29 de Novembro de 2020
Cor: Roxo
Evangelho - Mc 13,33-37
Vigiai: não sabeis quando o dono da casa vem.
+
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 13,33-37
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
33Cuidado!
Ficai atentos,
porque não
sabeis quando chegará o momento.
34É como um
homem que, ao partir para o estrangeiro,
deixou sua
casa sob a responsabilidade de seus
empregados,
distribuindo a cada um sua tarefa.
E mandou o
porteiro ficar vigiando.
35Vigiai,
portanto, porque não sabeis
quando o dono
da casa vem:
à tarde, à
meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer.
36Para que não
suceda que, vindo de repente,
ele vos encontre
dormindo.
37O que vos
digo, digo a todos: Vigiai!'
Palavra da
Salvação.
O que vos digo, digo a todos: vigiai!
- Mc 13,33-37
(O comentário do
Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia
2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas -
http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Estamos
iniciando a primeira parte do tempo litúrgico do Advento, olhando para aquele
que vem, nosso Senhor Jesus Cristo. Ele veio no passado, vem no presente e virá
no futuro, no fim dos tempos. Não sabemos quando ele virá, por isso
permanecemos atentos e vigilantes. Quando ele vier, queremos ser encontrados em
atitude de espera, não dormindo, nem desatentos, nem desinteressados.
A
partir do dia 17 de dezembro, a liturgia nos prepara para o Natal. Olhamos
então para o passado, para o Menino que nasceu em Belém. A quarta semana do
Advento nos introduz nos acontecimentos que anunciam o nascimento de Jesus.
O
que significa na prática estar acordado em atitude de espera? São Paulo,
escrevendo aos coríntios, fala de um comportamento irrepreensível. Aos
coríntios que “aguardam a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo”, deseja o
apóstolo que não lhes falte nenhum dom e afirma que “serão fortalecidos até o
fim para serem irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Irrepreensível significa que não há nada para ser repreendido, que não há nada
em nossa vida que dê o que falar. Como somos fracos, precisamos estar atentos
para não cair e, se houver quedas, despertos para logo nos levantarmos.
Pedimos
com o profeta Isaías que Deus se manifeste num advento de glória e de
misericórdia. “Ah! Se Deus abrisse o céu e descesse! As montanhas se
desmanchariam diante dele”. Este é o desejo, é o pedido. E com a certeza de que
o pedido foi atendido, o profeta nos faz dizer que: “Ele desceu e as montanhas
se derreteram”.
O
Advento é um tempo de esperança e um convite para a vigilância que comporta, de
alguma maneira, uma disposição para a conversão. Não queremos ser pegos de
surpresa fazendo o mal, quando o Senhor chegar. As palavras de Isaías são um
chamado à nossa consciência, quando diz que “todos nós nos tornamos imundície,
e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos todos como
folhas, e nossas maldades empurram-nos como o vento. Não há quem invoque teu
nome, quem se levante para encontrar-se contigo”.
A
vigilância do Advento, para sermos irrepreensíveis, nos leva à atitude
contrária, mas nossos esforços não são suficientes. A ajuda fraterna é
necessária, mas também não basta. Precisamos da mão de Deus em nossa vida. Ele
é o nosso Pai, o nosso oleiro. Embora barro, somos obra de suas mãos. Aquele
que virá é aquele que veio e que está vindo sempre.
Temos
encontro com ele no Juízo Final, no Natal e agora mesmo. Os judeus se dirigem
ao Senhor, que “era, que é e que será” em sua glória. A escritura cristã do Apocalipse
fala daquele que “era, que é e que vem”. É o mesmo. O Dia do Senhor virá como
um ladrão noturno. Por isso, na vigília ou no sono, vivamos já agora unidos ao
Senhor.
SEJAM VIGILANTES!
(O comentário do
Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese
Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total -
http://domtotal.com/religiao-liturgia-diaria.php).
A
exortação de Jesus à vigilância visava criar, no coração de seus discípulos, a
atitude correta de quem deseja acolher o Senhor que vem. A incerteza da hora
poderia ter como efeito desviá-los do caminho certo, levando-os a se afastarem,
perigosamente, do Reino.
Vigiar
significa pôr em prática as palavras de Jesus, especialmente o mandamento do
amor.
Significa
enfrentar a tentação do egoísmo, que leva o discípulo a convencer-se da
inutilidade de fazer o bem. Significa acreditar que vale a pena lutar para
construir o Reino, a exemplo de Jesus, num mundo onde a injustiça e a maldade
parecem falar mais alto. Significa estar sempre disposto a perdoar e a se
reconciliar, revertendo a espiral da violência que assume proporções sempre
maiores.
A
vigilância cristã é perseverante e se alimenta da esperança. A pessoa vigilante
não se abate, ainda que a realidade seja desesperadora. O discípulo do Reino
sabe olhar para além da História e contemplá-la na perspectiva de Deus, segundo
o ensinamento de Jesus. A vigilância, portanto, faz com que ele não seja
esmagado pelo peso da história humana. Pelo contrário, o permite descobrir nela
uma lógica inacessível para quem não tem fé.
O
discípulo esforça-se para não se deixar vencer pelo sono da infidelidade ao
Senhor e ao Reino. Ser encontrado, assim, seria a sua ruína.
Oração
Senhor Jesus, que eu esteja vigilante
à tua espera, para ser encontrado perseverante no amor e cheio de esperança de
ser acolhido por ti.
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