terça-feira, 23 de julho de 2013

Tendo a presença do papa Francisco em nosso país para o encontro com a juventude e com povo brasileiro postamos o texto do informativo navegantes que fala da juventude.

O ENCANTO PELA JUVENTUDE

         O ano de 2013 é muito especial para a juventude católica brasileira, para a pastoral da juventude, para os movimentos juvenis e para a Igreja refletir sobre o papel dos jovens na Igreja e na sociedade. Essa reflexão está alicerçada na Campanha da Fraternidade de 2013 e na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que se realiza no Rio de Janeiro neste mês de julho. Contudo, essas reflexões pastorais e o empenho pela evangelização da juventude sempre estiveram presentes na história e na ação da Igreja.
         Puebla: consciência da situação 
Na América Latina a reflexão pastoral pela evangelização da juventude na Igreja vem sendo destacada há décadas, impulsonada pela 3ª Conferência Geral do Episcopado de Puebla, em 1979, quando os bispos acolheram a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (1975), do papa Paulo VI, cujo tema:“Evangelização no presente e no futuro da América Latina”  foi um chamado a evangelizar a juventude.
Puebla clamava por conversão e à instauração de uma civilização do amor inspirada por Jesus Cristo, alertando para as desigualdades e injustiças na América Latina, geradoras de pobreza desumana para milhões de pessoas, situação contraditória com ser cristão.  Puebla aborda a Igreja missionária a serviço da evangelização onde “os pobres e os jovens constituem a riqueza e a esperança da Igreja na América Latina, e sua evangelização é, por conseguinte, prioritária”.
A opção preferencial pelos jovens implica apresentar a eles o Cristo vivo como único Salvador, para que, evangelizados, evangelizem e contribuam - em resposta de amor a Cristo -, para a libertação integral do homem e da sociedade, levando uma vida de comunhão e participação. Juventude não se pode considerar algo abstrato, nem um grupo isolado no corpo social. Ela requer uma pastoral que permita a comunicação efetiva entre os diversos períodos da juventude e a continuidade de formação e compromisso na idade adulta.
JMJ: tarefas e esperança
A XXVIII JMJ acontecerá de 23 a 28 de julho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro. O tema da Jornada é iluminado por um versículo do Evangelho de Mateus: Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações! (Mt 28, 19). Visando a preparação da juventude, o Brasil recebeu com dois anos de antecedência os símbolos da JMJ: a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, que peregrinaram pelas dioceses brasileiras e por outros países, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile.
A JMJ foi criada pelo Papa João Paulo II em 1984. O evento é celebrado a cada dois ou três anos, numa cidade escolhida para celebrar a jornada em que participam milhões de pessoas do mundo inteiro, católicas e também de outras confissões, sobretudo jovens. Nos anos intermediários as Jornadas são vividas localmente, no Domingo de Ramos, pelas dioceses ao redor do mundo. Durante as JMJ, acontecem eventos como catequeses, adorações, missas, momentos de oração, palestras, partilhas e shows. Sua última edição, em Madrid em 2011, reuniu cerca de três milhões de jovens. Apesar de ser proposta pela Igreja Católica, é um convite a todos os jovens do mundo.
A JMJ do Rio conta com uma motivação especial para a juventude e os brasileiros porque será a primeira visita internacional do Papa Francisco após sua eleição em 13 de março de 2013.
         A Cruz da Jornada
A Cruz da JMJ que passou por Tramandaí na madrugada do dia 3 de novembro de 2012 ficou conhecida por diversos nomes: Cruz do Ano Santo, Cruz do Jubileu, Cruz da JMJ, Cruz Peregrina. Muitos a chamam de Cruz dos Jovens porque foi entregue a eles pelo papa João Paulo II, que assim os exortou: "Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo (1984), eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção".
O Ícone de Nossa Senhora
Durante a 18ª JMJ, em Roma, 2003, o Papa João Paulo II entregou aos jovens um segundo símbolo de fé para ser levado pelo mundo acompanhando a Cruz da JMJ: o Ícone de Nossa Senhora, encontrado na primeira e maior basílica do ocidente para Maria a Mãe de Deus, Santa Maria Maior. Na oportunidade exortava: “Hoje eu confio a vocês… o Ícone de Maria. De agora em diante ele vai acompanhar as JMJ, junto com a Cruz. Contemplem a sua Mãe! Ele será um sinal da presença materna de Maria próxima aos jovens que são chamados, como o Apóstolo João, a acolhê-la em suas vidas". O papa Bento XVI na cerimônia de entrega da Cruz e do Ícone da JMJ de um grupo de jovens alemães para uma delegação de jovens australianos no Domingo de Ramos de 2006, disse: “Nossa Senhora esteve presente no cenáculo com os Apóstolos quando eles estavam esperando por Pentecostes. Que ela seja vossa mãe e guia. Que ela vos ensine a receber a palavra de Deus, a valorizá-la e meditá-la em seu coração (cf. Lc 2,19) como ela fez com sua vida. Que ela possa encorajar-vos a dizer o vosso "sim" ao Senhor ao viver "a obediência da fé". Assim, os símbolos ajudam a observarmos Maria. No Ícone carregando seu Filho, ela nos ensina como levá-lo para o mundo.
JMJ: sinal de Igreja viva e em constante renovação
 O anúncio de que a próxima Jornada Mundial da Juventude seria no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, foi feito pelo Papa Bento XVI no dia 21 de agosto de 2011. A comunicação fez saltar de alegria todos os brasileiros, os latino-americanos e os jovens reunidos em vigília no Maracanãzinho na expectativa do anúncio do Papa, que logo anunciou o lema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19).  Por isso, é tão importante que os jovens do Brasil e do mundo assumam esse chamado à missão e os compromissos da jornada como testemunhas vivas do Cristo.
A Jornada Mundial quer apostar no protagonismo da juventude da Igreja através das pastorais, movimentos e organizações da juventude. O encanto pela juventude deve provocar uma reflexão por parte da Igreja e alertar aos jovens que esse testemunho e o próprio anúncio do Cristo são grandes desafios para a juventude que vive em um mundo urbano e plural, conectada a milhares de informações, seja através das escolas, do lazer, da internet, das redes sociais como Facebook e Twitter.
Apostar no protagonismo da juventude ajuda a alertar sobre as fragilidades que tiram a possibilidade do jovem crescer e colocar toda a sua riqueza e vitalidade a serviço da humanidade. O mandato final de Mateus: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” é um anúncio para a vida toda. Essa é a missão que a nossa Igreja precisa profetizar junto aos jovens e deixar que eles profetizem para a conversão da Igreja, para a transformação social em prol da juventude vitimada, excluída, manipulada em objetos de consumo.


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