PARÓQUIA NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES – TRAMANDAÍ-IMBÉ
O NOME:
Desde os tempos mais remotos, Maria é chamada Estrela
do Mar que protege os navegantes, sempre mostrando ser o melhor abrigo e
porto de salvação. Este espírito de confiança teve início na Idade Média, tempo
das Cruzadas[1] (1307),
quando os cristãos atravessavam o Mediterrâneo em busca da Palestina para
defenderem os lugares santos (Santo Sepulcro). Suas embarcações eram frágeis e,
por isso, recorriam ao patrocínio de Maria quando se viam à mercê das
ondas do mar. Hoje de todos os lugares do Brasil e do Mundo é tradição dos
navegadores levarem em seus navios uma Imagem de Nossa Senhora dos Navegantes.
No
tempo das grandes navegações esta devoção desenvolveu-se entre os navegantes
portugueses e espanhóis que aventuravam ao imenso oceano e ao desconhecido
planeta terra. Antes da partida participavam da missa e imploravam a Mãe dos
Navegantes para as perigosas jornadas do além-mar. Cristóvão Colombo (1492)
denominou uma de suas caravelas de Santa Maria e Pedro Álvares Cabral
(1500), trouxe no seu navio, uma imagem de Nossa Senhora da Esperança.
Esta
devoção chegou ao Brasil com diversos títulos, destacando-se Senhora dos
Mares, Nossa Senhora da Boa Viagem e Nossa Senhora dos Navegantes. Esta
última era mais usadas pelos pescadores, homens modestos, que diariamente
enfrentavam o furor das ondas à procura do sustento próprio e dos nobres
(escravos faziam esse serviços para os nobres). Isto prova pela localização de
Igrejas dedicadas a Nossa Senhora dos Navegantes nas zonas ribeirinhas de
pescaria. Hoje além da pesca, há o lazer, a diversão e passa tempo das pessoas.
A HISTORIA DE TRA MANDAÍ E IMBÉ
Aqui
nesta terra no ano de 1908, o veranista, Comendador Militão Borges de Almeida,
mandou vir de Portugal a Imagem de Nossa Senhora dos Navegantes que chegou em
1910. Esta permaneceu no Altar Mor da Capela, até sua demolição. A Capela
situava-se no local onde, a avenida tem o nome da Igreja, hoje há um marco na
extremidade do canteiro da Av da Igreja com a Av. Emancipação. Por isso
Navegantes.
A DEVOÇÃO
Historicamente
a devoção está muita ligada às grandes navegações, a descobertas de novas
terras com a pretensão de vir além-mar. A devoção em Nossa Senhora dos
Navegantes nasce da idéia de e para servir de estrela e guia a seus barcos,
pilotos, tripulantes e passageiros ao enfrentarem tempestades e calmarias nas
suas viagens marítimas. A confiança e o desejo de chegar seguro e salvo no
caminho traçado vinha não tanto da tecnologia das estrutura dos barcos e
navios, mas e pela proteção da Mãe dos Navegantes.
Neste
dia 02 de fevereiro a liturgia celebra apresentação de Jesus no templo e que se
chamava também festa da purificação de Nossa Senhora. Era um ritual obrigatório
para resgatar o filho primogênito, com isso oferecendo um sacrifício, José e
Maria oferecem um par de pombas. Hoje o povo oferece rosas a Nossa Senhora. Em
outros lugares do mundo celebra-se no dia 02 de fevereiro a festa de Nossa
Senhora da Luz ou da Candelária porque Simeão[2]
diz: “este menino será posto para a salvação e ruína de muitos e um sinal de
contradição”. Apresentação do menino Jesus ao templo era sinal de resgate e um
gesto de redenção, não só de José e Maria, como passar ser a nossa redenção.
Posso
dizer que durante quase um século de Devoção a Nossa Senhora dos Navegantes
nestas águas de Tramandaí -Imbé, que a Mãe Celeste, tem derramado as suas
efusivas graças para todos os devotos e devotas. As manifestações que hoje se
realizam sãos frutos das sementes da fé, da confiança na Mãe das águas, na Mãe
dos mares e na Mãe dos rios, semeadas pelos pioneiros e que nesta noite são
regadas e cultivadas por todos nós devotos e devotas de Nossa Senhora dos
Navegantes.
Falar
da história de Tramandaí e de Imbé, sem mencionar e sem reverenciar os aspectos
religiosos é desconhecer a verdadeira história deste povo e desta cultura. A
memória e a história desta terra têm a identidade do religioso, nós nos
sentimos felizes porque tem o rosto materno de Deus – a nossa Mãe e a própria
Mãe de Deus – Nossa Senhora dos Navegantes.
A
hoje a devoção a Nossa Senhora dos Navegantes não pertence só ao povo de
Tramandaí e Imbé, mas a todos os devotos e devotas do Estado do Rio Grande do
Sul. Existem dezenas de celebrações como esta em todo Estado do Rio
Grande do Sul e Brasil. Porque todos nós, um pouco pescadores, um pouco
tripulantes, motoristas, veranistas, banhistas encontramos em Nossa Senhora dos
Navegantes o caminho seguro para nossas vidas e para nossa humanização. Felizes
somos porque reconhecemos essa história de fé; entusiasmados seremos e
esperançosos nos encontraremos se nestes caminhos da vida tivermos a presença e
mão protetora de Nossa Senhora dos Navegantes.
Que
nestes festejos religiosos, a verdadeira alegria seja o cultivo a devoção à
grande Mãe, à estrela do Mar, à Mãe guia, à Rainha dos Mares e Rainha dos Rios,
à Mãe protetora de todas as embarcações, de todos os caminhos e de nossos
passos.
Que nossa devoção de Nossa Senhora dos Navegantes
mostre um grande e um belo amor pessoal e de todo um povo fiel ao Deus e a seu
plano de salvação.
[1]
Expedição militar de caráter religioso que se fazia na Idade Média, contra os
hereges ou infiéis. Campanha feita em defesa de certos princípios ou idéias.
Hoje fala-se Cruzadas contra a fome, a pobreza, o analfabetismo.
[2]
Simeão e Ana também representam os pobres que esperam a libertação. E Deus
responde à espera deles. O cântico de Simeão relembra a vida e missão do
Messias: Jesus será sinal de contradição, isto é, julgamento para os ricos e
poderosos, e libertação para os pobres e oprimidos.
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