sábado, 1 de fevereiro de 2014

Veja a origem e a história de devoção a Nossa Senhora dos Navegantes.

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES – TRAMANDAÍ-IMBÉ


O NOME:

            Desde os tempos mais remotos, Maria é chamada Estrela do Mar que protege os navegantes, sempre mostrando ser o melhor abrigo e porto de salvação. Este espírito de confiança teve início na Idade Média, tempo das Cruzadas[1] (1307), quando os cristãos atravessavam o Mediterrâneo em busca da Palestina para defenderem os lugares santos (Santo Sepulcro). Suas embarcações eram frágeis e, por isso, recorriam ao patrocínio de Maria quando se viam à mercê das ondas do mar. Hoje de todos os lugares do Brasil e do Mundo é tradição dos navegadores levarem em seus navios uma Imagem de Nossa Senhora dos Navegantes.

            No tempo das grandes navegações esta devoção desenvolveu-se entre os navegantes portugueses e espanhóis que aventuravam ao imenso oceano e ao desconhecido planeta terra. Antes da partida participavam da missa e imploravam a Mãe dos Navegantes para as perigosas jornadas do além-mar. Cristóvão Colombo (1492) denominou uma de suas caravelas de Santa Maria e Pedro Álvares Cabral (1500), trouxe no seu navio, uma imagem de Nossa Senhora da Esperança.

            Esta devoção chegou ao Brasil com diversos títulos, destacando-se Senhora dos Mares, Nossa Senhora da Boa Viagem e Nossa Senhora dos Navegantes. Esta última era mais usadas pelos pescadores, homens modestos, que diariamente enfrentavam o furor das ondas à procura do sustento próprio e dos nobres (escravos faziam esse serviços para os nobres). Isto prova pela localização de Igrejas dedicadas a Nossa Senhora dos Navegantes nas zonas ribeirinhas de pescaria. Hoje além da pesca, há o lazer, a diversão e passa tempo das pessoas.

A HISTORIA DE TRA MANDAÍ E IMBÉ


            Aqui nesta terra no ano de 1908, o veranista, Comendador Militão Borges de Almeida, mandou vir de Portugal a Imagem de Nossa Senhora dos Navegantes que chegou em 1910. Esta permaneceu no Altar Mor da Capela, até sua demolição. A Capela situava-se no local onde, a avenida tem o nome da Igreja, hoje há um marco na extremidade do canteiro da Av da Igreja com a Av. Emancipação. Por isso Navegantes.

A DEVOÇÃO


            Historicamente a devoção está muita ligada às grandes navegações, a descobertas de novas terras com a pretensão de vir além-mar. A devoção em Nossa Senhora dos Navegantes nasce da idéia de e para servir de estrela e guia a seus barcos, pilotos, tripulantes e passageiros ao enfrentarem tempestades e calmarias nas suas viagens marítimas. A confiança e o desejo de chegar seguro e salvo no caminho traçado vinha não tanto da tecnologia das estrutura dos barcos e navios, mas e pela proteção da Mãe dos Navegantes.

            Neste dia 02 de fevereiro a liturgia celebra apresentação de Jesus no templo e que se chamava também festa da purificação de Nossa Senhora. Era um ritual obrigatório para resgatar o filho primogênito, com isso oferecendo um sacrifício, José e Maria oferecem um par de pombas. Hoje o povo oferece rosas a Nossa Senhora. Em outros lugares do mundo celebra-se no dia 02 de fevereiro a festa de Nossa Senhora da Luz ou da Candelária porque Simeão[2] diz: “este menino será posto para a salvação e ruína de muitos e um sinal de contradição”. Apresentação do menino Jesus ao templo era sinal de resgate e um gesto de redenção, não só de José e Maria, como passar ser a nossa redenção.

            Posso dizer que durante quase um século de Devoção a Nossa Senhora dos Navegantes nestas águas de Tramandaí -Imbé, que a Mãe Celeste, tem derramado as suas efusivas graças para todos os devotos e devotas. As manifestações que hoje se realizam sãos frutos das sementes da fé, da confiança na Mãe das águas, na Mãe dos mares e na Mãe dos rios, semeadas pelos pioneiros e que nesta noite são regadas e cultivadas por todos nós devotos e devotas de Nossa Senhora dos Navegantes.

            Falar da história de Tramandaí e de Imbé, sem mencionar e sem reverenciar os aspectos religiosos é desconhecer a verdadeira história deste povo e desta cultura. A memória e a história desta terra têm a identidade do religioso, nós nos sentimos felizes porque tem o rosto materno de Deus – a nossa Mãe e a própria Mãe de Deus – Nossa Senhora dos Navegantes.

            A hoje a devoção a Nossa Senhora dos Navegantes não pertence só ao povo de Tramandaí e Imbé, mas a todos os devotos e devotas do Estado do Rio Grande do Sul. Existem dezenas de celebrações como esta em todo Estado do Rio Grande do Sul e Brasil. Porque todos nós, um pouco pescadores, um pouco tripulantes, motoristas, veranistas, banhistas encontramos em Nossa Senhora dos Navegantes o caminho seguro para nossas vidas e para nossa humanização. Felizes somos porque reconhecemos essa história de fé; entusiasmados seremos e esperançosos nos encontraremos se nestes caminhos da vida tivermos a presença e mão protetora de Nossa Senhora dos Navegantes.

            Que nestes festejos religiosos, a verdadeira alegria seja o cultivo a devoção à grande Mãe, à estrela do Mar, à Mãe guia, à Rainha dos Mares e Rainha dos Rios, à Mãe protetora de todas as embarcações, de todos os caminhos e de nossos passos.

            Que nossa devoção de Nossa Senhora dos Navegantes mostre um grande e um belo amor pessoal e de todo um povo fiel ao Deus e a seu plano de salvação.










[1] Expedição militar de caráter religioso que se fazia na Idade Média, contra os hereges ou infiéis. Campanha feita em defesa de certos princípios ou idéias. Hoje fala-se Cruzadas contra a fome, a pobreza, o analfabetismo.
[2] Simeão e Ana também representam os pobres que esperam a libertação. E Deus responde à espera deles. O cântico de Simeão relembra a vida e missão do Messias: Jesus será sinal de contradição, isto é, julgamento para os ricos e poderosos, e libertação para os pobres e oprimidos.

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