sábado, 5 de novembro de 2016

Evangelho do final de semana - Bem-aventuranças caminho de felicidade.

Todos os Santos. Solenidade
Cor: Branco

Evangelho - Mt 5,1-12a


Bem-aventurados os pobres em espírito.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,1-12a
Naquele tempo:
1Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se.
Os discípulos aproximaram-se,
2
e Jesus começou a ensiná-los:
3
'Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos Céus.
4
Bem-aventurados os aflitos,
porque serão consolados.
5
Bem-aventurados os mansos,
porque possuirão a terra.
6
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
7Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
9Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados os que são perseguidos
por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos Céus.
11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem
e perseguirem, e mentindo,
disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim.
12aAlegrai-vos e exultai,
porque será grande a vossa recompensa nos céus.
Palavra da Salvação.

BEM-AVENTURANÇA E SANTIDADE
            Ao proclamar as bem-aventuranças, Jesus descreveu a dinâmica da santidade. Bem-aventurado é sinônimo de santo. Portanto, santos são os pobres em espírito, cujo coração está centrado em Deus e que rejeita toda espécie de idolatria. Com certeza, possuirão o Reino dos Céus. Santos são os mansos, que por não responderem a violência com violência, herdarão um bem inalcançável pelos violentos. Santos são os aflitos, que são impotentes diante de situações dramáticas, e não pretendem ter solução para tudo. Sua recompensa será a consolação de Deus. Santos são os famintos e sedentos de justiça, que não pactuam com a maldade, nem se deixam levar pela lógica da dominação. Deus mesmo haverá de realizar seu ideal e fazê-los contemplar o reino da justiça.
Santos são os misericordiosos, cujo destino consistirá em viver a comunhão definitiva com o Deus-misericórdia. Santos são os puros de coração, que não agem com segundas intenções e nem falsidade, mas sim, com transparência. Por isso, serão recompensados com a visão de Deus, em todo seu esplendor. Santos são os promotores da paz, que procuram criar laços de amizade e banir toda espécie de ódio, a fim de que o mundo seja mais fraterno. Eles serão chamados filhas e filhos de Deus. Santos são os perseguidos por causa da justiça, os que lutam para fazer valer o projeto de Deus para a humanidade.
            Este é o caminho da santidade que todos somos chamados a percorrer.

FELICIDADE

Todos estamos em busca da felicidade. Mas o que é, afinal, a felicidade? Como e onde a procuramos? Seria ela o bem-estar e a prosperidade econômica, que permitem usufruir dos bens e prazeres da vida com o menor esforço possível? Seria a riqueza material, apresentada por tantos líderes religiosos como a verdadeira bênção de Deus?

Não é este, certamente, o ensinamento de Jesus no início do Sermão da Montanha. O Mestre diz que felizes mesmo são os “pobres em espírito”, expressão que se pode traduzir como “pobres no Espírito”. Pois felicidade, num mundo de aflitos, num mundo de famintos de justiça e de pão, é deixar-se guiar pelo Espírito de Deus. Felizes são os que sentem a pobreza na pele, os que renunciam à cobiça, os simples e pequenos, os que estão vazios de tudo e só têm a Deus como defensor.

Longe de propor o conformismo, Jesus ensina o caminho da felicidade como a promoção da paz, a vivência da misericórdia, a busca da justiça. E porque felicidade é busca constante, de fato só a encontra quem não se conforma com as injustiças do presente. Pois se é certo que a plenitude do Reino virá na eternidade, é também certo que a ação dos pobres no Espírito atualiza hoje a ação de Jesus no mundo, mostrando que o reinado de Deus começa já aqui e gera um mundo novo.

É que, deixando-se guiar pelo Espírito de Deus, os pobres ensinam, como o Mestre, a solidariedade das relações, ainda que isso venha acompanhado de perseguições e calúnias. Jesus, portanto, não fala de sofrimentos e privações no presente que fazem as pessoas merecedoras do Reino futuro. Ele fala, sim, de um mundo novo, que se vive no presente, com novas relações e novos modos de viver a vida em comunidade.

Todos os santos, que hoje celebramos, são para nós inspiração e modelo de felicidade. Possamos, com eles, buscar a felicidade que o Mestre ensinou, a única e autêntica felicidade dos pobres, aquela que se leva para a eternidade.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp

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