sábado, 13 de outubro de 2018

Evangelho do domingo - Saber escolher.

28º Domingo do Tempo Comum
14 de Outubro de 2018
Cor: Verde

Evangelho - Mc 10,17-27


Vende tudo o que tens e segue-me!
 + Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 10,17-27

Naquele tempo:
17Quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo,
ajoelhou-se diante dele, e perguntou:
'Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?'
18Jesus disse: 'Por que me chamas de bom?'
Só Deus é bom, e mais ninguém.
19Tu conheces os mandamentos:
não matarás; não cometerás adultério; não roubarás;
não levantarás falso testemunho;
não prejudicarás ninguém;
honra teu pai e tua móe!'
20Ele respondeu: 'Mestre, tudo isso
tenho observado desde a minha juventude'.
21Jesus olhou para ele com amor, e disse:
'Só uma coisa te falta:
vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres,
e terás um tesouro no céu.
Depois vem e segue-me!'
22Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido
e foi embora cheio de tristeza,
porque era muito rico.
23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos:
'Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!'
24Os discípulos se admiravam com estas palavras,
mas ele disse de novo:
'Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus!
25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha
do que um rico entrar no Reino de Deus!'
26Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso,
e perguntavam uns aos outros:
'Então, quem pode ser salvo?'
27Jesus olhou para eles e disse:
'Para os homens isso é impossível, mas não para Deus.
Para Deus tudo é possível'.
Palavra da Salvação.

 Só te falta uma coisa: vai, vende tudo o que tens...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Os apóstolos discutiam sobre qual deles era o maior. Discussão de precedência. Eu sou mais do que você, estou acima de você. Jesus ensina qual é o caminho a ser seguido. Somos diferentes e ao mesmo tempo iguais. Iguais em dignidade, iguais em filiação. Somos todos filhos do mesmo Pai que nos criou e somos todos igualmente pessoa humana. Ninguém é maior do que ninguém. Homem e mulher, esposo e esposa, adulto e criança, são diferentes, mas todos iguais enquanto seres humanos e filhos de Deus. O que então provoca a desigualdade? No Evangelho de Marcos que estamos lendo, é o dinheiro, síntese das riquezas e dos bens deste mundo. Aí somos desiguais.

Jesus propôs a alguém que queria ganhar a vida eterna e que observava os mandamentos e os preceitos da Lei de Deus, que vendesse tudo o que tinha e desse o dinheiro aos pobres, para assim ter um tesouro no céu. Jesus contrapõe o tesouro no céu ao tesouro nesta terra. O tesouro desta terra abre as portas da vida eterna se for usado para diminuir as distâncias entre os que têm tudo e os que nada têm; se for usado para socorrer os necessitados aflitos.

A questão colocada pelos apóstolos sobre quem é o maior parece encontrar resposta nos que possuem as riquezas deste mundo. Maior é o rico. O homem com quem Jesus falava era rico. Jesus o chamou, mas ele foi embora triste porque era muito rico. Foi embora triste porque queria ficar com Jesus e segui-lo, mas não era livre. Tinha muitos bens e os muitos bens o aprisionavam. Jesus então faz esta afirmação que assusta: “Como é difícil um rico entrar no Reino de Deus”. [...]
 
O PERIGO DA RIQUEZA

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://domtotal.com/religiao-liturgia-diaria.php).

A opção radical pelo Reino exige liberdade interior que torne o cristão capaz de colocar sua vida integralmente nas mãos de Deus. A relativização dos bens destes mundo, quando se trata de fazer a vontade divina, é expressão desta liberdade. Quando estes bens  impedem o cristão de obedecer a essa vontade, é sinal de que Deus tem um concorrente em seu coração. É isso um indício de idolatria.

O homem rico pensava estar em dia com Deus pelo fato de cumprir o Decálogo. Desde o tempo de sua juventude, não havia transgredido os mandamentos. A pergunta que dirigiu a Jesus: "o que devo fazer para possuir a vida eterna?" talvez manifestasse sua preocupação por algo mais, requerido por Deus. O passo básico havia sido dado. Era possível avançar?


A resposta de Jesus foi para ele um grande desafio: seria uma prova de sua liberdade diante da riqueza, de sua disposição para partilhar e de seu desejo de servir. 

Ao dar as costas para Jesus e ir embora, triste e aflito, o homem rico demonstrou que sua riqueza estava acima da vontade de Deus, e sua obediência aos mandamentos não tinha consistência. Talvez a riqueza dele tivesse sido acumulada de forma egoísta, sem solidariedade com os pobres, aos quais nunca fora motivado a ajudar. Preferiu garantir o tesouro terreno, em detrimento do tesouro nos céus, por estar ainda muito distante da vida eterna.

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