UM PAÍS À ESPERA DO
PAPA FRANCISCO
Com esta edição do Informativo
Navegantes inicia-se o segundo semestre de 2013. Tal época do ano é sempre um
momento de muita animação de todos: lideranças, coordenadores, serviços
paroquiais, comunidades e povo de Deus. Julho e agosto são meses
importantíssimos para a caminhada paroquial, para a Igreja Católica do Brasil,
para Tramandaí e para o país.
Em nível paroquial continuam os encontros
de grupos de famílias com a Leitura Orante da Palavra, as visitações às famílias,
as noites de formação de lideranças, os retiros paroquiais, as reuniões de
formação, a celebração do sacramento da Unção dos Enfermos, as motivações das
vocações e da Semana Nacional da Família, entre outros.
Em nível de Igreja do Brasil, em
julho realiza-se a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, onde cerca
de 25 jovens da Paróquia estarão unidos a milhões de outros para ouvir o papa
Francisco e participar de várias atividades com o objetivo de buscar a Deus. Disse
o papa João Paulo II, grande idealizador das JMJs: "Uma Jornada da
Juventude oferece ao jovem uma experiência viva de fé e comunhão, que o ajudará
a enfrentar questões profundas da vida e a assumir com responsabilidade o seu
lugar na sociedade e na comunidade eclesial." O encontro de jovens de
muitas nações será um momento de graças não apenas para a juventude, mas para
todo o povo brasileiro.
Tramandaí recebe a cada ano milhares
de visitantes durante a Festa Nacional do Peixe. Sua 24ª edição ocorre de 27 de
junho a 21 de julho no Centro Municipal de Eventos. Em termos de sociedade
brasileira, agosto, mês dos pais, mexe com os sentimentos de todos, por sua pertença
à estrutura familiar. Animados com as atividades religiosas e sociais de julho
e agosto, convidamo-los a lerem outras informações nesta edição do Informativo Navegantes.
O ENCANTO PELA JUVENTUDE
O ano de 2013 é muito especial para a
juventude católica brasileira, para a pastoral da juventude, para os movimentos
juvenis e para a Igreja refletir sobre o papel dos jovens na Igreja e na
sociedade. Essa reflexão está alicerçada na Campanha da Fraternidade de 2013 e
na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que se realiza no Rio de Janeiro neste
mês de julho. Contudo, essas reflexões pastorais e o empenho pela evangelização
da juventude sempre estiveram presentes na história e na ação da Igreja.
Puebla: consciência da
situação
Na América
Latina a reflexão pastoral pela evangelização da juventude na Igreja vem sendo destacada há décadas, impulsonada pela 3ª Conferência Geral do Episcopado de Puebla,
em 1979, quando os bispos acolheram a Exortação Apostólica Evangelii
Nuntiandi (1975), do papa Paulo
VI, cujo tema:“Evangelização no presente e no futuro da América Latina” foi um chamado a evangelizar a juventude.
Puebla clamava por conversão e à instauração de uma civilização do amor
inspirada por Jesus Cristo, alertando para as desigualdades e injustiças na
América Latina, geradoras de pobreza desumana para milhões de pessoas, situação
contraditória com ser cristão. Puebla
aborda a Igreja missionária a serviço da evangelização onde “os pobres e os
jovens constituem a riqueza e a esperança da Igreja na América Latina, e sua
evangelização é, por conseguinte, prioritária”.
A opção preferencial pelos jovens implica apresentar a eles o Cristo
vivo como único Salvador, para que, evangelizados, evangelizem e contribuam - em
resposta de amor a Cristo -, para a libertação integral do homem e da
sociedade, levando uma vida de comunhão e participação. Juventude não se pode
considerar algo abstrato, nem um grupo isolado no corpo social. Ela requer uma
pastoral que permita a comunicação efetiva entre os diversos períodos da
juventude e a continuidade de formação e compromisso na idade adulta.
JMJ: tarefas e esperança
A XXVIII JMJ acontecerá
de 23
a 28 de julho
de 2013 na cidade do Rio de Janeiro. O tema da Jornada é iluminado
por um versículo do Evangelho de Mateus: Ide, pois, fazer
discípulos entre todas as nações! (Mt 28, 19). Visando a preparação da juventude,
o Brasil recebeu com dois anos de antecedência os símbolos da JMJ: a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, que peregrinaram pelas dioceses brasileiras e por outros países, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile.
A JMJ foi criada pelo Papa João
Paulo II
em 1984. O evento é celebrado a cada dois ou três anos, numa cidade escolhida
para celebrar a jornada em que participam milhões de pessoas do mundo inteiro, católicas e também de outras confissões, sobretudo jovens. Nos anos intermediários
as Jornadas são vividas localmente, no Domingo de
Ramos, pelas dioceses ao redor do mundo. Durante as JMJ, acontecem
eventos como catequeses, adorações, missas, momentos de oração, palestras,
partilhas e shows. Sua última edição, em Madrid em 2011, reuniu cerca de três
milhões de jovens. Apesar de ser proposta pela Igreja
Católica, é um convite a todos os jovens do mundo.
A JMJ do Rio conta com uma motivação especial para a juventude e os brasileiros
porque será a primeira visita internacional do Papa
Francisco após sua eleição em 13 de março
de 2013.
A Cruz da Jornada
A Cruz da JMJ que passou por Tramandaí na madrugada do dia 3 de novembro
de 2012 ficou conhecida por diversos nomes: Cruz do Ano Santo, Cruz do Jubileu,
Cruz da JMJ, Cruz Peregrina. Muitos a chamam de Cruz dos Jovens porque foi
entregue a eles pelo papa João Paulo II, que assim os exortou: "Meus
queridos jovens, na conclusão do Ano Santo (1984), eu confio a vocês o sinal
deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do
amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e
ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção".
O Ícone de Nossa Senhora
Durante a 18ª JMJ, em Roma, 2003, o Papa João Paulo II entregou aos
jovens um segundo símbolo de fé para ser levado pelo mundo acompanhando a Cruz
da JMJ: o Ícone de Nossa Senhora, encontrado na primeira e maior basílica do ocidente
para Maria a Mãe de Deus, Santa Maria Maior. Na oportunidade exortava: “Hoje eu
confio a vocês… o Ícone de Maria. De agora em diante ele vai acompanhar as JMJ,
junto com a Cruz. Contemplem a sua Mãe! Ele será um sinal da presença materna
de Maria próxima aos jovens que são chamados, como o Apóstolo João, a acolhê-la
em suas vidas". O papa Bento XVI na cerimônia de entrega da Cruz e
do Ícone da JMJ de um grupo de jovens alemães para uma delegação de jovens
australianos no Domingo de Ramos de 2006, disse: “Nossa Senhora esteve presente no cenáculo com os Apóstolos
quando eles estavam esperando por Pentecostes. Que ela seja vossa mãe e guia.
Que ela vos ensine a receber a palavra de Deus, a valorizá-la e meditá-la em
seu coração (cf. Lc 2,19) como ela fez com sua vida. Que ela possa
encorajar-vos a dizer o vosso "sim" ao Senhor ao viver "a
obediência da fé". Assim, os símbolos ajudam a observarmos Maria. No Ícone
carregando seu Filho, ela nos ensina como levá-lo para o mundo.
JMJ: sinal de Igreja viva e em constante
renovação
O anúncio de que a próxima
Jornada Mundial da Juventude seria no Brasil, na cidade do Rio de
Janeiro, foi feito pelo Papa Bento
XVI no dia 21 de agosto de 2011. A comunicação fez saltar de alegria
todos os brasileiros, os latino-americanos e os jovens reunidos em vigília no Maracanãzinho na expectativa do anúncio do Papa, que logo anunciou o lema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19). Por isso, é tão importante que os jovens do
Brasil e do mundo assumam esse chamado à missão e os compromissos da jornada
como testemunhas vivas do Cristo.
A Jornada Mundial quer apostar no protagonismo da juventude da Igreja
através das pastorais, movimentos e organizações da juventude. O encanto pela
juventude deve provocar uma reflexão por parte da Igreja e alertar aos jovens que esse testemunho e o próprio anúncio do Cristo são
grandes desafios para a juventude que vive em um mundo urbano e plural, conectada
a milhares de informações, seja através das escolas, do lazer, da internet, das
redes sociais como Facebook e Twitter.
Apostar no
protagonismo da juventude ajuda a alertar sobre as fragilidades que tiram a
possibilidade do jovem crescer e colocar toda a sua riqueza e vitalidade a serviço
da humanidade. O mandato final de Mateus: “Ide e fazei discípulos entre todas
as nações” é um anúncio para a vida toda. Essa é a missão que a nossa Igreja
precisa profetizar junto aos jovens e deixar que eles profetizem para a
conversão da Igreja, para a transformação social em prol da juventude vitimada,
excluída, manipulada em objetos de consumo.
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