terça-feira, 26 de novembro de 2013

Transcrevo a palavra do bispo diocesano de Osório Dom Jaime Pedro Khol. Leia e ajude a preparar o Natal do Senhor vivendo o sentido do tempo de Advento.

Palavra do Bispo

Vem, Senhor Jesus!
Com o primeiro Domingo do Advento, estamos abrindo um novo Ano Litúrgico que nos possibilita visitarmos mais uma vez a os principais acontecimentos da História da Salvação com os óculos do evangelista Mateus. Olhemos esse filme com olhar contemplativo para percebermos a ação salvadora do novo Moisés.
O Advento se caracteriza como um tempo de preparação para o Santo Natal, um tempo de espera. Para nós cristãos não pode ser um tempo de espera passiva, mas dinâmica, marcada pela busca de conversão e santificação, ocasião de um zelo maior pela oração, comunhão com Deus e renovação espiritual.
Cuidado com a mentalidade consumista. Não deixemo-nos enganar pelos atrativos externos da propaganda midiática que nada ou muito pouco tem a ver com o verdadeiro sentido do Natal. Não deixemos reduzir o Natal ao dar presentes, com o risco de esquecer o motivo principal desse gesto de troca de dons: Cristo Jesus. Para nós, Natal é Jesus!
Advento é um tempo de espera serena e confiante. Tem, também, um sentido penitencial: preparar o coração para um novo nascimento de Jesus em nós.
Concordo com aquilo que escrevia o Frei José Ariovaldo da Silva, na revista Mundo e Missão, em 2004: “Atualmente, muitas comunidades eclesiais, influenciadas pela onda consumista por ocasião das festas natalinas e de fim de ano, estão assumindo o costume de enfeitar suas igrejas já bem antes de o Natal chegar. Em pleno tempo de Advento, que é um ‘tempo de piedosa expectativa’, já ornamentam suas Igrejas com flores, pisca-piscas, árvores de Natal e outros motivos natalinos, como se já fosse Natal. Não sejam apressad os. Não entrem na onda dos símbolos consumistas da nossa sociedade. Evitem enfeitar a igreja com motivos natalinos durante o Advento. Deixem o Advento ser Advento e o Natal ser Natal. Enfeites natalinos dentro da igreja, só quando o Natal chegar. Então a festa com certeza será melhor. Sobretudo se houver na comunidade uma boa preparação espiritual”.
Um dos melhores modos para fazer essa preparação espiritual é participação convicta das celebrações litúrgicas nas nossas comunidades e nos encontros dos Grupos de Famílias: as nossas tradicionais noveninhas.
No âmbito pessoal, um modo simples para criar um clima fervoroso e de esperança natalina pode ser: repetir por muitas e muitas vezes a belíssima invocação do Apocalipse: “Maranatha! Vem, Senhor Jesus!” (22, 20).
Sem esquecer, claro, que os gestos con cretos de caridade tem sempre um valor infinito. Neste sentido convido todos a participarem efetivamente na Coleta da Campanha da Evangelização a realizar-se no terceiro Domingo do Advento. Se conseguirmos renunciar a algo de supérfluo e transformá-lo em oferta para a ação evangelizadora da nossa Igreja, tenhamos a certeza que é a melhor preparação para o Natal, vivência concreta da conversão que o Advento propõe.
Não deixemos passar em branco esse tempo bonito de renovação espiritual. Enquanto celebramos na liturgia o seu mistério, somos convocados a fazer a experiência do seu Reinado, na alegria, solidariedade e justiça que nos encaminham com toda a humanidade para a plenitude da vida.
Com atenta vigilância, alegre expectativa e renovada esperança, vivamos esse Tempo de Advento como discípulos missionários da vida e da p az, fazendo crescer em nós e em nossas comunidades a certeza de que ele continua visitando o seu povo.
Acendendo a primeira vela da coroa do Advento – que representa a luz que vem iluminar-nos para percebermos os sinais da manifestação de Deus e enxergarmos o que nos afasta do seu caminho – queremos deixar-nos guiar pela luz do Senhor.
Acolhemos com alegria o convite que a Palavra nos faz nesse tempo de Advento: convite a despertar; a desfazer-nos das armas das trevas e vestirmos as armas da luz; a procedermos honestamente, vigilantes, constantemente preparados não apenas para a hora da vinda definitiva do Senhor, mas também para percebermos como Deus vem no dia a dia de nossa vida.
Quero concluir relembrando uma palavra da Mensagem de Aparecida: “Diante dos desafios que nos propõe esta nova época em que estamos imersos, renovamos nossa fé, proclamando com alegria a todos os homens e mulh eres do nosso continente: Somos amados e remidos em Jesus, Filho de Deus, o Ressuscitado vivo no meio de nós; por ele podemos ser livres do pecado, de toda escravidão, e viver em justiça e fraternidade.”
Pela encarnação de Jesus, recebemos “o chamado a sermos discípulos missionários” e isto “exige de nós uma decisão clara por Jesus e seu Evangelho, coerência entre fé e vida, encarnação dos valores do Reino, inserção na comunidade, e ser sinal de contradição e novidade em um mundo que promove o consumismo e desfigura os valores que dignificam o ser humano”.
Nessa feliz expectativa de um mundo novo bradamos: “Maranathá! Vem, Senhor Jesus!”
Vem, Senhor Jesus, preparar os nossos corações para te acolher dignamente.
Vem, Senhor Jesus, solidificar a união dos nossos lares.
Vem, Senhor Jesus, reanimar nossas comunidades.
Vem, Senhor Jesus, libertar nossa Pátria da corrupção, da exploração, da injustiça e da violência.
Vem, Senhor Jesus, nos trazer a paz.
Amém.



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