20 de Agosto de 2017
Cor: Branco
Evangelho
- Lc 1,39-56
Como posso merecer que a
mãe do meu Senhor venha visitar-me?
+
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,39-56
39Naqueles
dias, Maria partiu para a região montanhosa,dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia.
40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel.
41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
a criança pulou no seu ventre
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42Com um grande grito, exclamou:
"Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre!"
43Como posso merecer
que a mãe do meu Senhor me venha visitar?
44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos,
a criança pulou de alegria no meu ventre.
45Bem-aventurada aquela que acreditou,
porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu".
46Maria disse:
"A minha alma engrandece o Senhor,
47e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador,
48pois, ele viu a pequenez de sua serva,
eis que agora as gerações hão de chamar-me de bendita.
49O Poderoso fez por mim maravilhas
e Santo é o seu nome!
50Seu amor, de geração em geração,
chega a todos que o respeitam.
51Demonstrou o poder de seu braço,
dispersou os orgulhosos.
52Derrubou os poderosos de seus tronos
e os humildes exaltou.
53De bens saciou os famintos
despediu, sem nada, os ricos.
54Acolheu Israel, seu servidor,
fiel ao seu amor,
55como havia prometido aos nossos pais,
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre".
56Maria ficou três meses com Isabel;
depois voltou para casa.
Palavra da Salvação.
REFLEXÃO
A solenidade da Assunção de nossa Senhora é a celebração de sua Páscoa. Assunção que começou desde o momento que deu seu SIM a Deus, foi um processo que culminou com sua Páscoa definitiva.
Nesta liturgia essencialmente pascal, os textos bíblicos, falam de Maria como a nova Eva, isto é, a Mãe da nova humanidade, e a colocam como partícipe na história da salvação, concedendo-lhe um lugar de honra junto de Deus. No livro do Apocalipse, Maria é associada à imagem da Igreja, na sua missão de gerar um novo mundo. Ela é apresentada como o “grande sinal” vindo do céu. É a arca da Aliança, o sacrário vivo, a portadora de Deus porque traz no seu ventre sagrado aquele que viria para governar todas as nações. A exemplo de Maria, a Igreja gera na dor e nos desafios, um outro mundo possível. Com ela, a Igreja também participa da vitória de Cristo, que vence o mal. O dragão está diante dela, pronto para devorar o seu filho logo que nascer. O desafio missionário da Igreja é lutar contra os dragões que continuam a existir, se manifestam de muitos modos, particularmente por sistema perverso que mata, e continuamente ameaça, diabolicamente, as iniciativas de vida que são gestadas.
Na segunda leitura, Paulo dá ênfase à figura de Cristo, o novo Adão que trouxe a salvação ao gênero humano. Ele fez de Maria, a “nova Eva”, a bendita entre todas as mulheres.
No Evangelho, Maria vai apressadamente à casa de Isabel e Zacarias, que representam todos os excluídos, descartados que carecem de solidariedade. A ajuda ao próximo necessitado, é algo urgente, que não pode esperar, porque a vida nem sempre espera. Nisso consiste a pressa de Maria. Ela nos ensina com este gesto, que é preciso ir ao encontro dos necessitados urgentemente, com muita pressa, porque a vida dos pobres e excluídos correm risco. Entrar na casa de Zacarias significa entrar na vida dos pequenos e humilhados deste mundo e fazer parte dela. É encarnar-se nas suas vidas, compadecer-se deles e ser solidário. Maria faz o que Jesus iria, posteriormente, vai fazer e ensinar.
Maria era a portadora de Deus, e esse Deus trazido no seu ventre entrou na vida de Isabel e provocou a sintonia, a identificação dessa visita divina. Diante dessa grande graça, Isabel proclamou Maria como a bem-aventurada, porque acreditou. São bem-aventurados todos os que, a exemplo de Maria, acreditam e confirmam seu sim a Deus. Diante dessa manifestação de reconhecimento, Maria exclama sua profecia.
Minh ‘alma engrandece o Senhor. Exulta meu espírito em Deus meu Salvador! Maria é uma mulher feliz. Através dela os pequenos são portadores de paz. A sabedoria de Deus pousou os olhos numa mulher do povo. Deus entra na história pela porta de um casebre, pelo barraco de um carpinteiro. O Senhor do Céu e da Terra não se interessou pelos palácios e mansões.
Pôs os olhos na humildade de sua serva! Deus escolhe uma mulher do povo. Escolhe como parceiros os fracos e simples. Gente que tem amor a vida. Detesta a sabedoria e a força daqueles que fabricam a morte. Se nós cristãos, devotos de Maria, aprendermos de Deus e a exemplo de Maria, depositando nossa confiança nos simples, pequenos e trabalhadores, a vida prevalecerá.
O Senhor faz em mim maravilhas! Santo é seu nome! Maria, trazendo em seu ventre o Salvador não tem medo e do futuro. Deus vai entrar na história pra valer. Ele ouviu os clamores de seu povo. As injustiças e a opressão vão cessar. Tombarão os gigantes do mundo, aqueles que oprimem, alienam e iludem os pequenos e destroem a vida na terra.
O cântico de libertação, manifestação da alegria e da esperança de Maria, é uma profecia que revela o projeto de Deus. Maria é ministra do Evangelho e servidora do Reino, anuncia a verdadeira revolução que trará igualdade e participação aos filhos da terra.
Maria é companheira dos peregrinos e romeiros que caminham para a vida e a liberdade. Maria pede que o povo faminto de vida, no campo e na cidade, se levante e caminhe, em busca de um novo tempo, onde os direitos são observados, a justiça é cumprida, a terra partilhada e a vida dignificada.
Maria revela aos grandes da nação que o povo faminto de vida acolhe com amor as crianças que nascem; reparte as migalhas de pão, lutando sempre para que todos tenham vida. Na oração de cada dia, com a força da Palavra e com a participação na comunidade e no coração do mundo, o povo do Evangelho anuncia e constrói o futuro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário