sábado, 19 de agosto de 2017

Evangelho do domingo - Bendita és tu entre as mulheres!

Assunção de Nossa Senhora . Solenidade
20 de Agosto de 2017
Cor: Branco

Evangelho - Lc 1,39-56

Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha visitar-me?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,39-56
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa,
dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia.
40
Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel.
41
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
a criança pulou no seu ventre
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42
Com um grande grito, exclamou:
"Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre!"
43
Como posso merecer
que a mãe do meu Senhor me venha visitar?
44
Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos,
a criança pulou de alegria no meu ventre.
45
Bem-aventurada aquela que acreditou,
porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu".
46
Maria disse:
"A minha alma engrandece o Senhor,
47
e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador,
48
pois, ele viu a pequenez de sua serva,
eis que agora as gerações hão de chamar-me de bendita.
49
O Poderoso fez por mim maravilhas
e Santo é o seu nome!
50
Seu amor, de geração em geração,
chega a todos que o respeitam.
51
Demonstrou o poder de seu braço,
dispersou os orgulhosos.
52
Derrubou os poderosos de seus tronos
e os humildes exaltou.
53
De bens saciou os famintos
despediu, sem nada, os ricos.
54
Acolheu Israel, seu servidor,
fiel ao seu amor,
55
como havia prometido aos nossos pais,
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre".
56
Maria ficou três meses com Isabel;
depois voltou para casa.
Palavra da Salvação.


REFLEXÃO

            A solenidade da Assunção de nossa Senhora é a celebração de sua Páscoa. Assunção que começou desde o momento que deu seu SIM a Deus, foi um processo que culminou com sua Páscoa definitiva.

            Nesta liturgia essencialmente pascal, os textos bíblicos, falam de Maria como a nova Eva, isto é, a Mãe da nova humanidade, e a colocam como partícipe na história da salvação, concedendo-lhe um lugar de honra junto de Deus. No livro do Apocalipse, Maria é associada à imagem da Igreja, na sua missão de gerar um novo mundo. Ela é apresentada como o “grande sinal” vindo do céu. É a arca da Aliança, o sacrário vivo, a portadora de Deus porque traz no seu ventre sagrado aquele que viria para governar todas as nações. A exemplo de Maria, a Igreja gera na dor e nos desafios, um outro mundo possível. Com ela, a Igreja também participa da vitória de Cristo, que vence o mal. O dragão está diante dela, pronto para devorar o seu filho logo que nascer. O desafio missionário da Igreja é lutar contra os dragões que continuam a existir, se manifestam de muitos modos, particularmente por sistema perverso que mata, e continuamente ameaça, diabolicamente, as iniciativas de vida que são gestadas.

            Na segunda leitura, Paulo dá ênfase à figura de Cristo, o novo Adão que trouxe a salvação ao gênero humano. Ele fez de Maria, a “nova Eva”, a bendita entre todas as mulheres.

            No Evangelho, Maria vai apressadamente à casa de Isabel e Zacarias, que representam todos os excluídos, descartados que carecem de solidariedade. A ajuda ao próximo necessitado, é algo urgente, que não pode esperar, porque a vida nem sempre espera. Nisso consiste a pressa de Maria. Ela nos ensina com este gesto, que é preciso ir ao encontro dos necessitados urgentemente, com muita pressa, porque a vida dos pobres e excluídos correm risco. Entrar na casa de Zacarias significa entrar na vida dos pequenos e humilhados deste mundo e fazer parte dela. É encarnar-se nas suas vidas, compadecer-se deles e ser solidário. Maria faz o que Jesus iria, posteriormente, vai fazer e ensinar.

            Maria era a portadora de Deus, e esse Deus trazido no seu ventre entrou na vida de Isabel e provocou a sintonia, a identificação dessa visita divina. Diante dessa grande graça, Isabel proclamou Maria como a bem-aventurada, porque acreditou. São bem-aventurados todos os que, a exemplo de Maria, acreditam e confirmam seu sim a Deus. Diante dessa manifestação de reconhecimento, Maria exclama sua profecia.

            Minh ‘alma engrandece o Senhor. Exulta meu espírito em Deus meu Salvador! Maria é uma mulher feliz. Através dela os pequenos são portadores de paz. A sabedoria de Deus pousou os olhos numa mulher do povo. Deus entra na história pela porta de um casebre, pelo barraco de um carpinteiro. O Senhor do Céu e da Terra não se interessou pelos palácios e mansões.

            Pôs os olhos na humildade de sua serva! Deus escolhe uma mulher do povo. Escolhe como parceiros os fracos e simples. Gente que tem amor a vida. Detesta a sabedoria e a força daqueles que fabricam a morte. Se nós cristãos, devotos de Maria, aprendermos de Deus e a exemplo de Maria, depositando nossa confiança nos simples, pequenos e trabalhadores, a vida prevalecerá.

            O Senhor faz em mim maravilhas! Santo é seu nome! Maria, trazendo em seu ventre o Salvador não tem medo e do futuro. Deus vai entrar na história pra valer. Ele ouviu os clamores de seu povo. As injustiças e a opressão vão cessar. Tombarão os gigantes do mundo, aqueles que oprimem, alienam e iludem os pequenos e destroem a vida na terra.

            O cântico de libertação, manifestação da alegria e da esperança de Maria, é uma profecia que revela o projeto de Deus. Maria é ministra do Evangelho e servidora do Reino, anuncia a verdadeira revolução que trará igualdade e participação aos filhos da terra.

Maria é companheira dos peregrinos e romeiros que caminham para a vida e a liberdade. Maria pede que o povo faminto de vida, no campo e na cidade, se levante e caminhe, em busca de um novo tempo, onde os direitos são observados, a justiça é cumprida, a terra partilhada e a vida dignificada.

            Maria revela aos grandes da nação que o povo faminto de vida acolhe com amor as crianças que nascem; reparte as migalhas de pão, lutando sempre para que todos tenham vida. Na oração de cada dia, com a força da Palavra e com a participação na comunidade e no coração do mundo, o povo do Evangelho anuncia e constrói o futuro.

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