sábado, 18 de maio de 2019

Evangelho do domingo - "Eu vos dou um novo mandamento."

5º Domingo da Páscoa
19 de Maio de 2019
Cor: Branco

Evangelho - Jo 13,31-33a.34-35

Eu vos dou um novo mandamento:
amai-vos uns aos outros.
+ Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João 13,31-33a.34-35
31Depois que Judas saiu, do cenáculo
disse Jesus:
'Agora foi glorificado o Filho do Homem,
e Deus foi glorificado nele.
32
Se Deus foi glorificado nele,
também Deus o glorificará em si mesmo,
e o glorificará logo.
33a
Filhinhos,
por pouco tempo estou ainda convosco.
34
Eu vos dou um novo mandamento:
amai-vos uns aos outros.
Como eu vos amei,
assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
35
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos,
se tiverdes amor uns aos outros.'
Palavra da Salvação.


Deveis amar-vos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Aproxima-se a festa da Ascensão do Senhor. Jesus diz aos discípulos que estará com eles por pouco tempo, mas que o verão de novo. Fala também da sua glorificação, que entendemos ser sua paixão, morte, ressurreição e ascensão ao céu. Deixa-nos o seu mandamento, o mandamento do amor. Os verdadeiros discípulos de Jesus serão conhecidos no mundo pela caridade que praticam. “Amem-se uns aos outros como eu os amei.” Aí está tudo, e isso basta. O pecado consistirá em não praticar o amor. O que em nossos relacionamentos não for construtivo, o que visar à diminuição da pessoa humana, é pecado e tem sua origem no demônio. O amor fraterno será o distintivo dos discípulos de Jesus. No meio da multiplicidade de denominações cristãs, no meio das inúmeras fundações dentro da própria Igreja Católica, a pedra de toque da autenticidade de todas elas será sempre a caridade prática e eficaz. “Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros.” “Amai-vos uns aos outros” é uma ordem a ser cumprida, sem interpretações. É o distintivo dos discípulos. Nada mais os distingue dos outros, nem roupas, nem diplomas, nem cargos ou funções. É a prática da caridade que faz o verdadeiro discípulo de Jesus e a verdadeira Igreja. Tudo o mais, sem a caridade, não é autêntico.

No Livro do Levítico, Moisés transmite ao povo orientações práticas para a vivência fraterna. O mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” é apresentado como consequência da santidade de Deus. “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo.” Este mandamento expressa o que é natural em cada um de nós. Buscamos e fazemos o que parece bom para nós, mesmo quando objetivamente é prejudicial. Pense nas drogas de qualquer tipo. Ninguém bebe porque acha a bebida ruim. Bebe porque gosta. As consequências mostrarão o que há de mal no beber sem medida. No mandamento de Jesus já não se trata de amar o próximo como a si mesmo, e sim de amá-lo como Jesus amou. O exemplo e a medida desse amor estão em Jesus. Jesus é o nosso único modelo. É para ele que olhamos e a ele imitamos. O vidente do Apocalipse vê a renovação do céu e da terra. A obra de Jesus se completa. Há um novo céu e uma nova terra. O passado se foi. Tudo é novo, até mesmo a Cidade Santa de Jerusalém. Uma nova Jerusalém desce do céu, de junto de Deus, vestida como uma noiva. O Filho de Deus, ao se encarnar, veio morar entre nós. Agora ele introduz a natureza humana na morada definitiva de Deus com os homens. Confirma-se que somos o povo de Deus, aquele que faz novas todas as coisas. Acabaram-se as lágrimas do luto e da dor. Se houver lágrimas, serão de alegria. O amor venceu.

Os Atos dos Apóstolos nos contam com que entusiasmo Paulo, Barnabé e seus companheiros anunciaram o Evangelho nas regiões da atual Turquia. Encorajavam os discípulos para que permanecessem firmes na fé. Mostravam que era necessário passar por muitos sofrimentos para entrar no Reino dos Céus. Olhando para a Jerusalém do Alto e vendo o Cristo glorificado, podiam concluir que os sofrimentos deste mundo não têm comparação com o que o Senhor preparou para nós no seu Reino. Os apóstolos deixavam em cada lugar presbíteros que ajudavam as novas comunidades evangelizadas a perseverar na fé e a superar as dificuldades.

O DISTINTIVO DO DISCÍPULO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://domtotal.com/religiao-liturgia-diaria.php).

A profissão de fé no Cristo Ressuscitado incide, diretamente, na vida do discípulo. Ela não é um discurso vazio, uma abstração intelectual, nem tampouco uma bela teoria. A fé consiste em acolher Jesus de tal forma, que toda a existência do cristão passe a ser moldada por esta opção. E o molde da vida cristã é a vida de Jesus. Seu distintivo é o amor mútuo.

Estando para concluir o ciclo de orientações aos discípulos, o Mestre resumiu tudo quanto havia ensinado, num único mandamento, chamado de mandamento novo: "Amem-se uns aos outros, como eu amei vocês". A prática do amor mútuo é a expressão consumada da fé em Jesus. Não existe fé cristã autêntica, se não chegar a desembocar no amor.

Não se trata de um amor qualquer. O modelo é: amar como Jesus amou as pessoas, a ponto de entregar a própria vida para salvá-las.

O verdadeiro discípulo distingue-se pelo amor. Quanto mais autêntico e radical for este amor, mais revelará o grau de sua adesão a Jesus.

A capacidade de amar-se mutuamente indica o quanto Jesus está agindo na vida do cristão. A presença salvadora de Jesus tem o efeito de desatar o nó do egoísmo, que afasta os indivíduos de seus semelhantes e, por conseqüência, de Deus também. O cristão, salvo por Jesus, manifesta a eficácia desta salvação na vivência do amor.

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