domingo, 25 de agosto de 2013

Transcrevo a palavra do bispo de Osório Dom Jaime Pedro Kohl, neste domingo das catequistas. Os pais são os grande catequistas e todos os batizados deveram exercer essa missão de acolher, testemunhar e transmitir a Palavra do Senhor. Parabéns as catequistas e aos pais que provem a fé junto aos seus familiares.

Palavra do Bispo

O catequista e o sentido da vida
Este último domingo do mês vocacional é dedicado aos Catequistas. Devemos reconhecer que nem sempre lhe damos a devida importância. São eles que preparam as crianças para a Eucaristia e os adolescentes para confirmarem sua fé pela Crisma. Na maioria dos casos são eles fazem a primeira evangelização. É na catequese que são apresentadas de modo sistemático as verdades da fé e da moral cristã.
Os catequistas devem ser bem preparados e possuir uma vida exemplar, ter clareza sobre a doutrina a ensinar e os valores a defender, ter algum conhecimento de psicologia, didática e pedagogia, em modo que os primeiros contatos sejam marcados por impressões positivas, por uma experiência de aprendizado e encontro de amigos com O Amigo Jesus. Hoje, não basta a boa vontade, precisa qualificar nossa catequese.
O catequista Alberto Meneguzzi, autor da livro “Paixão de anunciar”, nos testemunha: “A semente que o catequista planta pode não dar frutos amanhã, mas, se bem plantada, dará frutos algum dia.
E nos conta que em 1990, teve uma turma de crisma daquelas inesquecíveis. Os jovens eram empolgados, inteligentes, com opinião sobre as coisas e se mostravam dispostos a receber uma mensagem diferente.
Existem turmas que são assim, e naquele ano eu senti que eu estava com a “faca e o queijo na mão”; tinha tudo para dar certo.
No auge da minha empolgação como catequista, aproveitei o clima e fiz daquela turma uma das melhores que já tive.
Daquele grupo de crismandos surgiu um Grupo de Jovens que existe até hoje e, deste grupo, surgiram também inúmeras lideranças que atuam em diversos serviços e pastorais da Igreja.
Naquela turma, eu tinha uma crismanda sensacional. Ela era cheia de vida e sempre interessada em ajudar nas tarefas propostas.
Seus pais não assíduos freqüentadores da Igreja e das missas, aliás, como a maioria dos pais daquela época. Por isso, nas festas do Grupo de Jovens no qual ela ingressou durante o ano, obrigávamos todos os componentes a levarem seus pais.
Muitas sementes que plantei nos jovens daquela turma deram frutos imediatos. A semente que eles plantaram rendeu diversos frutos mais tarde.
Aquela jovem tornou-se coordenadora do Grupo de Jovens, catequista durante algum tempo e uma participante ativa nos serviços da comunidade.
A semente plantada por ela deu frutos em sua própria família. A mãe dela começou a participar da comunidade e, também, hoje, é uma pessoa atuante e disposta, tendo, inclusive, coordenado serviços importantes dentro da paróquia.
A semente desta mãe também começou a dar frutos, e adivinhem onde? Na minha casa.
Recuperando a trajetória da semente: plantei na minha turma de catequese e o fruto foi uma crismanda. Esta menina também plantou e o fruto foi sua própria mãe. A mãe dela plantou outra semente e um dos frutos foi minha mãe.
Embora católica praticante, minha mãe recusava-se a trabalhar pela comunidade de forma mais efetiva em algum serviço ou pastoral, ou por cansaço, ou por vergonha, ou simplesmente pela falta de insistência.
Pelas mãos de Deus, a mãe dessa crismanda convidou minha mãe para participar de um trabalho voluntário na comunidade.
Fiquei surpreso ao saber, um dia, que minha mãe estava lá no Clube de Mães da paróquia e tinha levado junto uma amiga; e numa sala pequena com outras tanta s senhoras faziam costuras em roupas que, depois, seriam doadas para famílias carentes.
Foi um dos grandes momentos da minha vida como leigo. A semente plantada naqueles encontros de catequese em 1990 está dando frutos até hoje, e o resultado disso foi parar na minha própria casa.
Por isso eu insisto que ser catequista não é simplesmente para quem não tem o que fazer, mas sim para quem quer fazer algo diferente e bem-feito.
Não tratemos a catequese com desdém, como algo supérfluo, mas sim com o devido respeito que merece. Se ela for bem planejada, executada e constantemente monitorada, os frutos aparecem, basta que não tenhamos pressa e confiemos”.
Espero que essa reflexão e exemplo possa servir para encorajar a todos os catequistas que exercem esse precioso ministério em nossas comunidades, pequenas ou grandes que sejam.
Como esclarece o Diretó rio Nacional de Catequese: “O catequista é um autêntico profeta, pois pronuncia a Palavra de Deus, na força do Espírito Santo. Fiel à pedagogia divina, a catequese ilumina e revela o sentido da vida” (39).
Existe algo mais nobre que ajudar alguém a descobrir o sentido da vida? O catequista tem esse poder. A catequese tem essa missão.
Na JMJ ficou visível que os jovens estão abertos a proposta de Jesus. Alguns são um pouco resistentes e arredios à reflexão, mas desejam conhecer Jesus, descobrir o sentido profundo de suas vidas e seguir os passos do Mestre.
Quero expressar a todos os catequistas a minha gratidão e exortar-los a serem persistentes nesse trabalho de efetiva evangelização.
O vosso serviço é importantíssimo e indispensável para a vida da comunidade. Façam-no com todo carinho e atenç&at ilde;o, certos que Deus recompensará vosso esforço e dedicação.
Sei quanto é exigente esse serviço. Nem sempre há respeito e docilidade, mas pensem no grande bem que podem fazer a estas crianças e adolescentes.
Semeiem com fé, preparando-se da melhor maneira, deixando a Deus fazer crescer e dar frutos na hora certa.
Se a catequese é a alma da evangelização é nela que devemos concentrar nossa atenção e também nosso tempo e recursos de formação.
O futuro das nossas comunidades depende e passa pela catequese. Muito obrigado pela vossa dedicação! Parabéns pelo vosso Dia! Contem com minha amizade e prece.
Dom Jaime Pedro Kohl
Bispo de Osório


Um comentário:

  1. O trabalho que fazem as catequistas pelo mundo inteiro garante a continuidade da fé cristã no mundo, as famílias recebem a noção de continuísmo do amor e da religião no seio do clã familiar, a abnegação, dedicação e amor de quem dá catequese é algo que desperta admiração e respeito pela catequese cristã, parabéns a quem faz este trabalhho e a quem prestigia estas pessoas que gratuitamente esperam apenas poder orientar aos pequeninos em tamanho e fé. PAZE BEM!!

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