NATAL E O CONSUMISMO
O Natal, para mim é a
festa mais bonita do ano. Para a sua preparação, as casas, as ruas e as lojas
se enfeitam com luzes coloridas, o que faz com que as cidades fiquem mais belas
e alegres. É uma festa para todos, mas especialmente para as crianças. Quem não gosta de sair à noite para apreciar
a boniteza das luzes? As árvores de Natal tem um encanto especial, com seus
enfeites coloridos. Não temos a neve do hemisfério norte, mas nossas árvores
oferecem um belo espetáculo.
Toda esta beleza nos
fascina e toda esta preparação se faz necessária para a comemoração do nascimento Daquele, que para os cristãos,
veio ao mundo para salvar a humanidade.
Nos últimos anos, no
entanto, a data se transformou num grande apelo ao consumo. Há um grande
investimento em propagandas de todos os tipos, algumas, lindíssimas,
estimulando as pessoas a comprarem. As lojas ficam abertas em horários
especiais, mesmo que para isto, seus funcionários tenham que prejudicar o
convívio com suas famílias. O crédito é facilitado com ofertas tentadoras como:
“compre seu presente de Natal e comece a pagar no ano que vem”. Tudo isto para
estimular o consumo.
Com tantos apelos,
todos querem comprar e presentear, sem pensar nas consequências de um consumo desenfreado
que produz o esgotamento de recursos naturais importantes, a quantidade
gigantesca de lixo produzido e acumulado nos grandes centros e outras
consequências ambientais cada vez mais catastróficas, além é claro, do
endividamento pessoal, com todo o seu efeito.
Paralelamente a este
esforço para vender, vê-se pessoas enlouquecendo, estressadas, pelas exigências
que impõem a si mesmas, para dar conta de atender a todas estas demandas. É preciso comprar, presentear, responder às expectativas dos
filhos que, devido aos apelos da mídia, pedem presentes cada vez mais caros,
inacessíveis a quem ganha baixos salários, o que caracteriza a realidade da maioria das famílias
brasileiras.
Nesta corrida
desesperada, com o comércio lotado de gente em busca dos presentes, poucos se
lembram do verdadeiro motivo da festa de Natal e da mensagem de amor, justiça e
solidariedade que o Aniversariante nos deixou.
Não se pode negar que
a data também motiva algumas atitudes de solidariedade. Muitas vezes, até as
grandes empresas e os meios de comunicação se engajam em campanhas, a favor da
população carente e conseguem arrecadar grande quantidade de alimentos e
brinquedos para serem distribuídos. Campanhas válidas, mas que estão muito
longe de se tornar uma atitude permanente, que venha diminuir as distâncias
sociais e buscar a construção de uma sociedade mais justa, coerente com os
princípios defendidos por Cristo, o Aniversariante.
Marina Lima Leal, dezembro de 2013
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