segunda-feira, 17 de março de 2014

Posto texto sobre o tema da Campanha da Fraternidade de 2014, escrito pela professora e escritora Marina Lima Leal. Boa leitura a todos.

TRÁFICO HUMANO

Há 50 anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança durante a Quaresma, um tema importante, referente um problema social, para ser refletido, visando não apenas uma mudança individual, mas também estrutural.
Neste ano a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou”.
Segundo a CNBB o objetivo geral da Campanha deste ano de 2014, “é identificar as práticas de tráfico humano, em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus”.
As modalidades mais comuns de tráfico humano são: o tráfico para exploração do trabalho, para exploração sexual, para extração de órgãos.
Dados apontam que o tráfico humano figura como a atividade criminosa que mais gera lucros, equiparada ao tráfico de drogas e armas. É o ser humano descartável e feito mercadoria, despojado de sua dignidade.
Considero um grande acerto a escolha do tema,  porque o problema se constitui numa chaga para a sociedade e atinge principalmente mulheres e crianças. Infelizmente o tráfico existe em nosso país nos dois sentidos: brasileiros e brasileiras são traficados, principalmente para países europeus, mas o Brasil também recebe pessoas traficadas de outros países, como a Bolívia, Nicarágua, Haiti e algumas partes da África. Muitas destas pessoas ganham baixos salários para fazerem um trabalho, na maioria das vezes, degradante.
Em 2013, a novela Salve Jorge abordou o tema, especialmente o tráfico de mulheres para a prostituição, o que motivou um debate na sociedade, que em grande parte, não imaginava o volume e a perversidade que envolvia este comércio de pessoas.
As mulheres, além da exploração sexual, também são traficadas para serem empregadas domésticas e muitas vezes, trabalham em regime de escravidão.
Tanto num caso como no outro, elas ficam impossibilitadas de voltarem a seus países, porque aqueles que as traficaram, seguram seus passaportes ou criam dívidas com alojamentos, vestuários e outras despesas, que se tornam impagáveis. Elas estão sempre devendo e tem que continuar trabalhando para pagar.
É preciso que todos os brasileiros e de modo especial os cristãos, reflitam sobre esta questão e adotem uma postura de combate a esta prática perversa, que fere profundamente a dignidade da pessoa humana; estejam atentos e denunciem esta atividade criminosa.


Marina Lima Leal – março de 2014

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