TRÁFICO
HUMANO
Há 50 anos, a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança durante a Quaresma, um tema
importante, referente um problema social, para ser refletido, visando não
apenas uma mudança individual, mas também estrutural.
Neste ano a Campanha
da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e lema “É para a
liberdade que Cristo nos libertou”.
Segundo a CNBB o
objetivo geral da Campanha deste ano de 2014, “é identificar as práticas de
tráfico humano, em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade
e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para
erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus”.
As modalidades
mais comuns de tráfico humano são: o tráfico para exploração do trabalho, para
exploração sexual, para extração de órgãos.
Dados apontam
que o tráfico humano figura como a atividade criminosa que mais gera lucros,
equiparada ao tráfico de drogas e armas. É o ser humano descartável e feito
mercadoria, despojado de sua dignidade.
Considero um
grande acerto a escolha do tema, porque
o problema se constitui numa chaga para a sociedade e atinge principalmente
mulheres e crianças. Infelizmente o tráfico existe em nosso país nos dois
sentidos: brasileiros e brasileiras são traficados, principalmente para países
europeus, mas o Brasil também recebe pessoas traficadas de outros países, como
a Bolívia, Nicarágua, Haiti e algumas partes da África. Muitas destas pessoas
ganham baixos salários para fazerem um trabalho, na maioria das vezes,
degradante.
Em 2013, a
novela Salve Jorge abordou o tema, especialmente o tráfico de mulheres para a prostituição,
o que motivou um debate na sociedade, que em grande parte, não imaginava o
volume e a perversidade que envolvia este comércio de pessoas.
As mulheres,
além da exploração sexual, também são traficadas para serem empregadas
domésticas e muitas vezes, trabalham em regime de escravidão.
Tanto num caso
como no outro, elas ficam impossibilitadas de voltarem a seus países, porque aqueles
que as traficaram, seguram seus passaportes ou criam dívidas com alojamentos,
vestuários e outras despesas, que se tornam impagáveis. Elas estão sempre
devendo e tem que continuar trabalhando para pagar.
É preciso que
todos os brasileiros e de modo especial os cristãos, reflitam sobre esta
questão e adotem uma postura de combate a esta prática perversa, que fere profundamente
a dignidade da pessoa humana; estejam atentos e denunciem esta atividade
criminosa.
Marina Lima Leal – março de 2014
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