sábado, 14 de maio de 2016

Evangelho do domingo - Recebe o Espírito Santo!




Domingo de Pentecostes

Cor: Vermelho

Evangelho - Jo 20,19-23


Assim como o Pai me enviou também eu
vos envio: Recebei o Espírito Santo!
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20,19-23

19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana,
estando fechadas, por medo dos judeus,
as portas do lugar onde os discípulos se encontravam,
Jesus entrou e pondo-se no meio deles,
disse: 'A paz esteja convosco'.
20Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado.
Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
21Novamente, Jesus disse: 'A paz esteja convosco.
Como o Pai me enviou, também eu vos envio'.
22E depois de ter dito isto,
soprou sobre eles e disse: 'Recebei o Espírito Santo.
23A quem perdoardes os pecados,
eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes,
eles lhes serão retidos'. 
Palavra da Salvação.

1ª Leitura - At 2,1-11

Todos ficaram cheios do Espírito
Santo e começaram a falar.

Leitura dos Atos dos Apóstolos 2,1-11
1Quando chegou o dia de Pentecostes,
os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar.
2De repente, veio do céu um barulho 
como se fosse uma forte ventania, 
que encheu a casa onde eles se encontravam.
3Então apareceram línguas como de fogo
que se repartiram e pousaram sobre cada um deles.
4Todos ficaram cheios do Espírito Santo
e começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito os inspirava.
5Moravam em Jerusalém judeus devotos,
de todas as nações do mundo.
6Quando ouviram o barulho,
juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos,
pois cada um ouvia os discípulos
falar em sua própria língua.
7Cheios de espanto e de admiração, diziam:'Esses
homens que estão falando não são todos galileus?
8Como é que nós os escutamos na nossa própria língua?
9Nós que somos partos, medos e elamitas,
habitantes da Mesopotâmia, da Judéia e da Capadócia,
do Ponto e da Ásia,
10da Frígia e da Panfília,
do Egito e da parte da Líbia, próxima de Cirene,
também romanos que aqui residem;
11judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós
os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus
na nossa própria língua!'
Palavra do Senhor



Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista

“O Espírito Santo é para todos”
Recebei o Espírito Santo

Celebramos a solenidade de Pentecostes como coroamento das celebrações pascais. É um belo momento para celebrar, conhecer melhor e viver melhor a ação do Espírito Santo que nos foi dado, para levar a efeito em nós e no mundo o fruto da Ressurreição. A força da Redenção não é uma riqueza a ser procurada com sofrimento, mas um dom que é dado em abundância e acolhido com alegria. No dia da Ressurreição, no início da noite, nova luz é acesa para os assustados apóstolos.
Ainda na dor da morte e do medo dos discípulos, Jesus se põe no meio deles e faz a saudação da Paz total a todos. Mostra-lhes as mãos e o lado para dizer que o Ressuscitado é o mesmo que foi crucificado. E lhes dá o dom da missão: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio” (Jo 20,21). A missão de Jesus continua. Agora são os discípulos que irão anunciar as maravilhas da bondade de Deus e sua misericórdia que acolhe a todos no seu amor. Ao soprar sobre eles, faz novo o gesto de Deus que soprou sobre o primeiro homem, Adão, o hálito de vida (Gn ,2,7). Jesus sopra e abre ao homem a vida eterna e ele se torna homem espiritual. O novo povo de Deus reúne gente de todos os povos.
Não mais uma nação, mas todos são povo de Deus. Todas as línguas são aptas para transmitir a mensagem do evangelho e as maravilhas de Deus. O Espírito dá força para anunciar com fervor a verdade do Senhor. A oração da Eucaristia da festa de Pentecostes reconhece que Deus santifica, com a festa de hoje, a Igreja em todos os povos e nações. E pede que realize agora no coração dos fiéis as maravilhas operadas no início da pregação do Evangelho (oração).
Há grandes sinais de presença do Espírito e tantos acontecimentos que se sucedem. Ninguém pode se julgar dono do Espírito Santo e menos ainda, excluir que o Espírito sopre o que quer, onde quer e como quer (Jo 3,8). É necessário coragem e ousadia para acolher novos dons para o bem do mundo.

Espírito Santo reina na comunidade

Vivemos os últimos tempos que são os tempos do Espírito Santo. No início do mundo o Espírito de Deus pairava sobre as águas (Gn 1,2). No início da nova criação o Espírito de Deus penetra o coração dos fiéis. Todos formamos um só corpo e bebemos de um mesmo Espírito (1Cor 12,13). Não recebemos Espírito para proveito nosso, mas para usar os dons para o bem de todo o corpo. Há diversidade de dons, de ministérios e de atividades. Somos muitos membros, mas formamos um só corpo.
“A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum” (7). A pastoral das comunidades é um campo bem amplo para o uso dos dons e carismas do Espírito Santo. É certo que é necessário o discernimento da Igreja. Por outro lado há necessidade de os dons serem acolhidos, promovidos e desenvolvidos para o bem de todos. O primeiro discernimento é a dimensão da caridade que orienta os dons.

Eucaristia no Espírito

Nesses últimos tempos realizou-se uma volta ao Espírito, esquecido pelos fiéis. A Igreja sempre invocou o Espírito Santo sobre os fiéis, sobretudo na Eucaristia. Em cada missa Ele é invocado para que o pão e o vinho se tornem Corpo de Cristo. E reza com o mesmo tom: que o Espírito faça de nós Corpo de Cristo. Este é o maior dom e o maior compromisso.
Os outros dons são serviços. O Espírito como dom é Vida. Há uma tentativa de reduzir o Espírito a um dom pessoal, como se Ele fosse uma graça como as outras. Ele é o doador de todos os dons. Ele é o Dom. A Eucaristia nos desvenda a ação do Espírito.
Leituras: Atos 2,1-11; Salmo 103; 1ª Coríntios 12,3b-7.12-13;  João 20,19-23. 

A força da redenção é um dom a ser acolhido. Com o Espírito nos é dado o dom da missão. Ele nos dá força para anunciar. Há grandes sinais da presença do Espírito nos acontecimentos.
Recebemos o Espírito como Dom que nos dá os dons para o proveito do povo de Deus. Ninguém é dono do Espírito.

Em cada Eucaristia nos é dado o Espírito para formamos o Corpo de Cristo. Nela nos é desvendada a ação do Espírito Santo. 
Agora é a vez Dele.           
Celebrando a festa de Pentecostes professamos nossa fé na Terceira Pessoa da Santíssima Trindade: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá Vida e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. Foi Ele que falou pelos profetas”. Professamos Três Pessoas em um só Deus. Há vários símbolos para explicar a ação do Espírito Santo: A pomba, o vento, o fogo, a água.

O Espírito distribui os dons que são infinitos. Conhecemos os sete dons que são a síntese de todos os dons. Sempre há dons novos que são distribuídos com largueza.
É a vez do Espírito. As Três Pessoas sempre agem juntas, mas são atribuídas funções particulares: O Pai é o Criador, o Filho é o Salvador, e o Espírito é o Santificador, isto é, coloca-nos em relacionamento com a santidade da Trindade e com as pessoas.

Os dons que recebemos não são para o prazer espiritual pessoal, mas para serviço. Se não sirvo com esses dons, não são do Espírito.
A ação do Espírito renova toda a terra. O mundo espera a ação do Espírito. Se fôssemos mais atentos a sua ação, o mundo seria melhor.

O Espírito foi dado por Jesus no dia da Ressurreição para a remissão dos pecados. Não se trata de uma confissãozinha, mas da reconciliação do mundo com Deus e entre si.

 15 de maio: Pentecostes
ESPANTO E ADMIRAÇÃO
Dizem os antigos que a sabedoria nasce do espanto e da admiração. Isso quer dizer que as coisas, as pessoas e os fatos escondem sempre algo a mais, além do comum, além do que é costumeiro, das “conversas fiadas”.

No relato da descida do Espírito sobre os discípulos (At 2,1-11) é dito que os que presenciaram o evento ficaram “cheios de espanto e de admiração”. Eles perceberam nos discípulos algo fora do comum.

Um dos aspectos fora do comum é que, embora estivessem ali pessoas de vários lugares falando línguas diferentes, todos entendiam os discípulos em sua própria língua. Esse é o ponto que nos interessa nesta reflexão. Os seguidores de Cristo se fazem entender porque sua linguagem ultrapassa quaisquer fronteiras e diferenças. É o amor que fala. É o testemunho da palavra e da pessoa de Jesus que revela quem são os discípulos.

Além de falarem a mesma língua, diz o relato que eles estavam reunidos no mesmo lugar. Podemos entender o “mesmo lugar” como representação de uma comunidade unida. Não importa o espaço geográfico. O importante é que os cristãos do mundo inteiro estejam unidos. “Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus” (Fl 2,5).

Por isso, a festa de Pentecostes não é simplesmente um domingo em que a Igreja se reveste da cor vermelha, os fiéis elevam seus louvores a Deus, lembram os sete dons do Espírito Santo e se diz que se completaram os 50 dias após a Páscoa. Sim, é isso! Mas há algo além que deve despertar espanto e admiração tanto em nós quanto em quem nos vir.

A festa de Pentecostes nos lembra que somos discípulos do amor. O sopro de Jesus sobre os discípulos é o sopro da nova criação. Quem está em Cristo é nova criatura (2Cor 5,17). Ser nova criatura é ser agente de mudanças, sobretudo nas situações em que a esperança parece totalmente ausente. Com o Espírito de Pentecostes, tornamo-nos plenamente discípulos da alegria pascal.

Por isso se pode dizer que a festa de hoje plenifica o mistério pascal. É o Espírito do Cristo ressuscitado que desce sobre a comunidade cristã e a capacita para o anúncio e vivência da obra e pessoa de Cristo.

Que nossas atitudes sejam contagiantes: causem espanto e admiração pelos frutos da fé.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp

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