quarta-feira, 10 de junho de 2020

Corpus Christi

Evangelho (João 6,51-58)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!


Naquele tempo, disse Jesus às multidões dos judeus: 6 51 "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo". 52 A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: "Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?" 53 Então Jesus lhes disse: "Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. 54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. 55 Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. 56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57 Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim. 58 Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente".
— Palavra da Salvação!
— Glória a Vós, Senhor!

SOLENIDADE DO CORPO E SANGUE DE CRISTO

A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo papa Urbano IV em 11 de agosto de 1264, em vista de destacar a dimensão sacramental que a tradição romana associou à última ceia de Jesus, já celebrada na semana santa. A ceia é um momento de alegria, partilha e comunhão. Descartando a manducação do cordeiro pascal, Jesus apresenta-se como o pão que dá a vida, e o vinho que alegra a todos, inaugurando a nova celebração do Reino de Deus. A Eucaristia é a celebração da comunidade viva, animada pelo Espírito, unida em torno de Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é vida para todos.

CORPUS CHRISTI
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Claro que não temos na Hóstia Consagrada o Jesus Histórico, mas sua presença é real na Eucaristia, não é uma simples lembrança, um mero simbolismo, mas o Pão e o Vinho passam a ser acidente, pela transfiguração transformam no Corpo e Sangue do Senhor.

Certa ocasião, uma Senhora disse ao Sacerdote, "Sabe Padre, eu queria tanto ter a graça de constatar um milagre da Eucaristia, mas parece que Deus me acha indigna desse milagre"

O Sacerdote foi sábio em sua resposta "Quem precisa de um milagre assim, é porque falta-lhe a Fé, basta sabermos que o Senhor está ali na brancura da Hóstia e isso nos basta"

Comer a carne de alguém parece ser algo tão repugnante, todas as culturas rejeitam o canibalismo, beber o sangue de alguém vai nessa mesma linha, é algo repugnante.... Mas...

Na Eucaristia se torna presença real de um Deus que em Jesus se entrega, se rebaixa mais uma vez, tornando-se um pedaço de pão, para fazer parte da nossa vida, para ser uma extensão do nosso Ser e permitir-se também ser Ele uma extensão do nosso. Que maravilhoso mistério, Deus e homem unidos em uma só carne, Humano e Divino tão juntos que é impossível distinguir onde está um e onde está outro.

Eucaristia é a junção de duas coisas totalmente opostas, a riqueza e a Poderosa Graça de Deus, misturando-se as nossas misérias, ou nas palavras de João: é Deus armando a sua tenda, ao lado do nosso barraco, da nossa favela. É quase que a Encarnação de Jesus, acontecendo em nossa Vida, a encarnação do Germe Divino no Ventre de Maria, ecoando em nós na Comunhão Eucarística.

Precisamos nos dias de hoje ter um cuidado com o modo como vemos a Eucaristia, claro que devemos adorá-la no Ostensório, mas que não fique apenas nisso. Esse Jesus que adoramos e damos a público o testemunho da sua real presença na Festa de Corpus Christi, deve fazer parte da nossa vida, deve estar no mais íntimo de nós, deve ser o sentido maior da nossa existência. Senão, caímos na comparação da Dona Gertrudes, da nossa equipe de reflexão "Quem adora a Eucaristia, mas não comunga, é como a pessoa que vai na padaria, olha a vitrine os doces e bolos saborosíssimos, e depois vai embora com água na boca, sem experimentar nada daquelas guloseimas. Jesus, antes de ser adorado, quer ser comungado, o Ostensório mais esplendoroso que Ele deseja estar sempre, é no coração humano dos que o aceitam e Nele crêem ...

E não se confunda a Eucaristia com um belo troféu para quem tem uma moral inabalável e pratica todas as virtudes. Nosso “Papa Francisco escreveu na sua primeira Encíclica “Evangelium Gaudio” que a Eucaristia é o alimento dos Fracos”.

Eu sou o pão vivo que desceu do céu - Jo 6,51-58
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Experimente ler todo o capítulo sexto do Evangelho de São João. Faça-o hoje, que é feriado de Corpus Christi. É o grande sermão do pão. Jesus é o Pão da Vida, que alimenta o ser humano. Ele alimenta na sua palavra e no sacramento. O sacramento é feito de palavras e de matéria. Neste sacramento as palavras são as da consagração sobre o pão e o vinho no contexto da celebração da Santa Missa. Ao terminar o sermão do pão, Jesus disse que sua carne é verdadeira comida e seu sangue, verdadeira bebida. Por que teve que dizer duas vezes “verdadeira”? Para dar força à nossa fé, para a superação da fraqueza e das dúvidas. Os sentidos podem duvidar, assim como a ciência, e até mesmo a ignorância. Era preciso dizer com força o que era verdade: “Minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida”.

O VERDADEIRO ALIMENTO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://domtotal.com/religiao-liturgia-diaria.php).

As palavras de Jesus quanto a “comer a sua carne” e “beber o seu sangue”, causaram dúvidas em seus adversários e até em seus discípulos. O linguajar do Mestre pareceu-lhes duro e exagerado. Quem, em sã consciência, podia fazer tal afirmação? Jesus foi taxativo. Falava, claramente, em mastigar a sua carne e ingerir o seu sangue, no sentido material, e não em sentido figurado. Daí o mal-entendido.

Entretanto, o bom entendedor – o cristão iniciado na doutrina de Jesus – sabe perfeitamente que se tratava do sacramento da Eucaristia. A comunidade que celebra “come o corpo de Cristo” e “bebe o sangue de Cristo”, sob a figura do pão e do vinho. Este gesto, no entanto, tem como efeito gerar uma verdadeira comunhão de vida entre Jesus e o discípulo. Assim como comer e beber tornam o alimento e a bebida parte do organismo humano, ao serem assimilados, o mesmo acontece, quando se participa da Eucaristia: por meio dela, o discípulo entra na mais profunda comunhão com Jesus ressuscitado, tornando-se uma só coisa com ele.

Somente quem participa da comunidade cristã experimenta esta comunhão com o Senhor. Ninguém celebra a Eucaristia sozinho. Vivendo em comunhão com os irmãos e irmãs de fé, os discípulos, pela Eucaristia, têm garantida a vida eterna, que brota do Ressuscitado.

Oração
Pai, faze que eu entenda cada vez mais o sentido da Eucaristia, sacramento de comunhão transformadora com o teu Filho Jesus. Que ela seja, para mim, fonte de vida eterna.
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.

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