sábado, 20 de junho de 2020

Evangelho do domingo

12º Domingo Do Tempo Comum
21 de Junho de 2020
Cor: Verde

Evangelho - Mt 10,26-33


Não tenhais medo daqueles que matam o corpo.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 10,26-33

Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos:
26Não tenhais medo dos homens,
pois nada há de encoberto que não seja revelado,
e nada há de escondido que não seja conhecido.
27O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia;
o que escutais ao pé do ouvido,
proclamai-o sobre os telhados!
28Não tenhais medo daqueles que matam o corpo,
mas não podem matar a alma!
Pelo contrário, temei aquele que pode destruir
a alma e o corpo no inferno!
29Não se vendem dois pardais por algumas moedas?
No entanto, nenhum deles cai no chão
sem o consentimento do vosso Pai.
30Quanto a vós,
até os cabelos da cabeça estão todos contados.
31Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos
pardais.
32Portanto, todo aquele
que se declarar a meu favor diante dos homens,
também eu me declararei em favor dele
diante do meu Pai que está nos céus.
33Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também
eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus.
Palavra da Salvação.

Não tenhais medo! - Mt 10,26-33
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Tudo é obra de Deus, que espera nossa colaboração, mas nos diz que os trabalhadores estão sendo poucos para uma colheita que é grande por ser obra dele mesmo. Os apóstolos Pedro e Paulo, colunas da Igreja que celebraremos no fim do mês, nos chamam a trabalhar na messe e dar testemunho público de Jesus Cristo, como eles, que derramaram seu sangue num martírio aceito com alegria.

Não tenham medo! A Palavra de Deus não ficará oculta. Será conhecida em toda parte. Se matarem nosso corpo, não matarão nossa alma, que é imortal. Deus nos dará um novo corpo ressuscitado. Valemos muito aos olhos de Deus. Valemos o sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. Podemos dar testemunho público em favor de Jesus Cristo. Que nossa vida, nossas palavras e nossas ações não o reneguem diante de ninguém! Jesus vai testemunhar em nosso favor diante do Pai.

Ao longo da história, sempre algum cristão está sendo perseguido por sua adesão a Jesus Cristo e por suas convicções adquiridas na meditação do Evangelho. Olha o que fizeram com o profeta Jeremias! Ele anunciou o que Deus mandou e disse a verdade, mas o que disse não agradou a seus contemporâneos. Ele teve que anunciar invasões de povos estrangeiros. Armaram então ciladas contra o profeta, que permaneceu firme na certeza da proteção de Deus, que estava com ele como um lutador invencível. Ao pedir a proteção de Deus, Jeremias entoou antecipadamente um canto de agradecimento, sabendo que Deus não o abandonaria nas mãos dos inimigos. “Cantai ao Senhor, louvai o Senhor! Pois livrou das mãos dos malvados a vida do indigente.”

Quando dizemos com a Palavra de Deus que o pecado entrou no mundo e somos todos pecadores, declaramos que convivemos com o mal. O mal é o pecado do mundo do qual Jesus, o Cordeiro de Deus, nos veio libertar. Não é fácil entender por que temos que morrer, por que ficamos doentes, por que sofremos dores, por que há gente que nos prejudica, por que há gente que não nos quer bem, e assim por diante. A Bíblia Sagrada nos responde com o pecado original, que foi uma decisão errada dos primeiros pais.

O Livro de Jó mostra que todo sofrimento deste homem santo e justo foi uma provação, um teste pedido por Satanás a Deus para verificar a firmeza e a persistência de Jó. São Paulo, aceitando a realidade do pecado no mundo, ensina que mais forte do que o pecado é a graça de Deus. A graça derramada sobre a humanidade pela morte e ressurreição de Jesus é a vencedora e com ela é possível superar a força do pecado. É por isso que evitamos a vingança e procuramos a compreensão misericordiosa para recuperar aqueles que se tornam dependentes da maldade do mundo.

Três vezes Jesus disse: “Não tenham medo!”, e deu três grandes motivos para não nos deixarmos paralisar pelo medo: não há nada oculto que não venha a ser revelado; ninguém pode matar a alma; no último dia, Jesus se declarará em nosso favor.

A INTREPIDEZ DO DISCÍPULO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://domtotal.com/religiao-liturgia-diaria.php).

Uma das virtudes que se requer do discípulo de Jesus é a intrepidez, de modo especial quando se trata de dar testemunho público de sua fé, no exercício do ministério apostólico recebido do Mestre. Sem ela, tenderá a capitular diante da primeira dificuldade. Por isso, Jesus exorta os seus seguidores a serem valorosos nas tribulações, mostrando-se intrépidos, mormente, diante dos adversários e perseguidores.

As provações não haveriam de abater as pessoas simples e receptivas. Os perseguidores sim, deixar-se-iam tomar pelo ódio, ao ver os discípulos proclamarem, com toda a coragem as palavras do Mestre. Porque o Evangelho do Reino, proclamado "em cima do telhados", de maneira pública e sem meias palavras, poria a descoberto as mazelas desses adversários, constituindo-se numa verdadeira denúncia de sua injustiça e maldade.

Obviamente, a reação deles seria tentar eliminar quem os denunciava. Caso o discípulo fosse fraco e temeroso, ou não abriria a boca ou pôr-se-ia em fuga diante da menor ameaça, numa evidente infidelidade à missão recebida.

A coragem do discípulo brota de sua confiança na proteção divina. O Pai é o Senhor da vida do discípulo. Ele abate a prepotência dos perseguidores. Basta ao discípulo ser fiel à missão recebida, e entregar-se, confiante, nas mãos de Deus. Assim, sua vitória estará garantida.

Oração
Pai, dá-me intrepidez bastante para que possa dar testemunho de teu Reino, sem me intimidar diante das ameaças e da violência dos adversários.

NÃO TENHAIS MEDO

No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus, depois de ter chamado e enviado em missão os seus discípulos, vai instrui-los e prepará-los para enfrentar as provações e as perseguições que deverão encontrar. Partir em missão não é fazer turismo, e Jesus admoesta os seus: “Encontrareis perseguições”. Assim os exorta: "Não temais os homens, porque nada há de escondido que não venha à luz […]. O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. […] E não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma" (vv. 26-28). Podem matar o corpo, não podem matar a alma: não os temais. O envio em missão por parte de Jesus não garante aos discípulos o sucesso, assim como não os exime das falências nem dos sofrimentos. Eles devem ter em conta quer a possibilidade da rejeição, quer a da perseguição. Isto assusta um pouco, mas é a verdade.

O discípulo é chamado a conformar a própria vida a Cristo, que foi perseguido pelos homens, experimentou a rejeição, o abandono e a morte na cruz. Não há missão cristã sob o signo da tranquilidade! As dificuldades e as atribulações fazem parte da obra de evangelização, e somos chamados a encontrar nelas uma oportunidade de verificar a autenticidade da nossa fé e do nosso relacionamento com Jesus. Devemos considerar essas dificuldades como possibilidade para ser ainda mais missionários e crescer naquela confiança em Deus, nosso Pai, que não abandona os seus filhos na hora da tempestade. Em meio às dificuldades do testemunho cristão no mundo, nunca somos esquecidos, mas sempre assistidos pela solicitude amorosa do Pai. Portanto, no Evangelho de hoje, por três vezes Jesus tranquiliza os discípulos dizendo: "Não temais".

Ainda hoje, irmãos e irmãs, a perseguição contra os cristãos está presente. Nós oramos pelos nossos irmãos e irmãs que são perseguidos, e louvamos a Deus porque, apesar disto, continuam a testemunhar com coragem e fidelidade à sua fé. O seu exemplo ajuda-nos a não hesitar em tomar uma posição a favor de Cristo, dando corajosamente testemunho dele nas situações do dia a dia, mesmo em contextos aparentemente tranquilos.

Na verdade, uma forma de prova pode ser também a ausência de hostilidade e de tribulações. Assim como "ovelhas no meio de lobos", o Senhor, inclusive no nosso tempo, envia-nos como sentinelas entre as pessoas que não querem ser despertadas do torpor mundano, que ignoram as palavras de Verdade do Evangelho, construindo para si as próprias verdades efémeras. E se formos ou vivermos nestes contextos, e dissermos as Palavras do Evangelho, isto incomodará e seremos malvistos.

Mas em tudo isto o Senhor continua a dizer-nos, como dizia aos discípulos do seu tempo: "Não tenhais medo!". Não esqueçamos esta palavra: perante qualquer tribulação, qualquer perseguição, algo que nos faz sofrer, escutemos sempre a voz de Jesus no coração: "Não temais! Não tenhas medo, vai em frente! Estou contigo!". Não tenhais medo de quem vos ridiculariza e maltrata, e não temais quem vos ignora ou vos honra “na vossa frente”, mas "pelas costas" luta contra o Evangelho. Há muitos que diante de nós fazem sorrisos, mas por detrás combatem o Evangelho. Todos os conhecemos. Jesus não nos deixa sozinhos, porque somos preciosos para Ele. Por isso não nos deixa sozinhos: cada um de nós é precioso para Jesus, e Ele acompanha-nos.

A Virgem Maria, modelo de adesão humilde e corajosa à Palavra de Deus, nos ajude a compreender que no testemunho da fé não contam os sucessos, mas a fidelidade, a fidelidade a Cristo, reconhecendo em todas as circunstâncias, mesmo nas mais problemáticas, o dom inestimável de ser seus discípulos e missionários.

Papa Francisco
Angelus, 25/06/17

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