sábado, 27 de junho de 2020

Evangelho do domingo

São Pedro e São Paulo, Apóstolos . Solenidade
28 de Junho de 2020
Cor: Vermelho
Evangelho - Mt 16,13-19

Tu és Pedro e eu te darei as
chaves do Reino dos Céus.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-19
Naquele tempo:
13Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe
e ali perguntou aos seus discípulos:
"Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?"
14
Eles responderam:
"Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias;
Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas".
15
Então Jesus lhes perguntou:
"E vós, quem dizeis que eu sou?"
16
Simão Pedro respondeu:
"Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo".
17
Respondendo, Jesus lhe disse:
"Feliz es tu, Simão, filho de Jonas,
porque não foi um ser humano que te revelou isso,
mas o meu Pai que está no céu.
18
Por isso eu te digo que tu és Pedro,
e sobre esta pedra construirei a minha Igreja,
e o poder do inferno nunca poderá vencê-la.
19
Eu te darei as chaves do Reino dos Céus:
tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus;
tudo o que tu desligares na terra
será desligado nos céus".
Palavra da Salvação.


E vós, quem dizeis que eu sou? - Mt 16,13-19
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Neste dia, celebrando o martírio de Pedro e Paulo, renovamos nossa pertença à Igreja e afirmamos nossa aceitação do Santo Padre, o Papa, como sucessor de Pedro. Jesus queria saber o que diziam dele. Vieram as respostas, naturalmente diversificadas. Para uns Jesus é João Batista, outros acham que é Elias ou Jeremias, e assim por diante.

Jesus quer saber também o que os discípulos pensam dele. Quem responde é Simão Pedro, em nome de todos: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus é o Messias esperado por Israel, mas não como o povo esperava. Ele é muito mais. Ele é o Filho do Deus vivo. Pedro não se referia a um filho como todo mundo é filho de Deus, mas ao Filho por excelência, o único da mesma natureza. Esta revelação, tanto para Pedro como para nós, não pode vir da inteligência humana. Só pode ser revelação do Pai que está no céu. Pedro pode se considerar feliz porque recebeu de Deus a revelação sobre quem é Jesus. Por isso a resposta de Jesus: “Eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la.”.

A Igreja de Jesus não poderá ser destruída por nenhum poder. A pedra é Pedro, a quem Jesus dá o poder das chaves, para que ligue e desligue, abra e feche. Tal poder não poderia ter sido dado a um simples indivíduo. Foi dado a um indivíduo que exerce uma função, a de confirmar os seus irmãos na fé. O poder das chaves não foi dado a Pedro somente durante sua vida. Sua missão se prolonga ao longo da história da Igreja no ministério petrino, levado avante por seus sucessores. Assim cremos e afirmamos.

O êxodo de Pedro deste mundo é descrito nos Atos dos Apóstolos com palavras que se encontram no relato do êxodo do Egito. Há também um vocabulário semelhante ao de São João, quando fala da morte de Jesus na cruz. De fato, Pedro está saindo deste mundo para outro lugar, aquele que Jesus foi preparar na casa do Pai. Ninguém pode detê-lo. Pedro sai vencedor da prisão deste mundo para a liberdade definitiva.

Antes de seu martírio com Pedro e muitos outros cristãos naqueles dias de perseguição, Paulo escrevia a Timóteo: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé”. Paulo estava pronto para ser derramado como sangue sobre o altar, num sacrifício agradável a Deus.

FÉ E MISSÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://domtotal.com/religiao-liturgia-diaria.php).

A missão de liderança confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios.

Se tivesse Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino acontecer.

Se o considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam de reaparecer.

Se a fé de Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida, correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido.

Só depois que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”, foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida, demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim.

Oração
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.

 COLUNAS DA IGREJA

“Hoje celebramos a festa dos santos Apóstolos Pedro e Paulo, louvando a Deus pela sua pregação e pelo seu testemunho. É sobre a fé destes dois Apóstolos que se fundamenta a Igreja de Roma, que desde sempre os venera como padroeiros. No entanto, é toda a Igreja universal que olha para eles com admiração, considerando-os duas colunas e duas grandes luzes que resplandecem não apenas no céu de Roma, mas também no coração dos fiéis do Oriente e do Ocidente.

Na narração da missão dos Apóstolos, o Evangelho diz-nos que Jesus os enviou dois a dois (cf. Mt 10, 1; Lc 10, 1). Num certo sentido, também Pedro e Paulo, da Terra Santa, foram enviados até Roma para anunciar o Evangelho.

Eram dois homens muito diferentes um do outro: Pedro, um humilde pescador, e Paulo, mestre e doutor, como reza a liturgia de hoje. Mas se em Roma nós conhecemos Jesus, e se a fé cristã constitui uma parte viva e fundamental da riqueza espiritual e da cultura deste território, isto deve-se à intrepidez apostólica destes dois filhos do Oriente. Por amor a Cristo, eles deixaram a sua pátria e, desdenhando as dificuldades da longa viagem e dos riscos e das desconfianças que teriam encontrado, chegaram a Roma. Aqui tornaram-se anunciadores e testemunhas do Evangelho no meio do povo, selando com o martírio a sua missão de fé e de caridade.

Hoje Pedro e Paulo voltam idealmente entre nós, repercorrem as ruas e batem à porta das nossas casas, mas sobretudo dos nossos corações. Querem trazer mais uma vez Jesus, o seu amor misericordioso, a sua consolação e a sua paz. Temos muita necessidade disto! Acolhamos a sua mensagem! Valorizemos o seu testemunho! A fé simples e firme de Pedro, o coração grande e universal de Paulo ajudar-nos-ão a sermos cristãos jubilosos, fiéis ao Evangelho e abertos ao encontro com todos.”

Papa Francisco
Angelus, 29 de junho de 2016.

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