sábado, 23 de maio de 2015

Evangelho do final de semana - Festa de Pentecostes.

Ano B - DIA 24/05


Recebei o Espírito Santo! - Jo 20,19-23 ou Jo 15,26-27; 16,12-15

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: “A paz esteja convosco”. Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. Jesus disse, de novo: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio”. Então, soprou sobre eles e falou: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos”.
         

Comentário

O Espírito Santo é o dom de Deus oferecido a nós
om a solenidade de Pentecostes encerra-se o tempo da Páscoa. A promessa da vinda do Espírito Santo feita por Jesus aos seus discípulos se realiza (cf. At 1,8). Elevado à glória celeste, o Senhor nos enviou, da parte do Pai, o Espírito que o conduziu ao longo de toda a sua vida para que sejamos iluminados pelo Espírito Santo, que é o dom de Deus oferecido a nós para o testemunho. O dom do Espírito é o dom dos tempos escatológicos, o dom definitivo de Deus como cumprimento de toda a sua promessa. Hoje, Deus derramou o seu espírito sobre “toda carne” (cf. Jl 3,1-5). A humanidade inteira é destinatária desse poder que vem do alto. O Espírito é dado para fazer compreender e viver a palavra de Jesus Cristo. O Espírito Santo é uma realidade interior que nos ultrapassa infinitamente (cf. Jo 3,8). Ele enche toda a terra.
A festa cristã de Pentecostes coincide com a festa judia de Pentecostes (cf. At 1,1). De uma festa agrícola (Ex 12,15-17; Ex 34,22; Dt 16,10), o pentecostes judeu passou, no período pós-exílico, a ser a festa comemorativa da renovação da Aliança do Sinai (Ex 19,1). O adjetivo ordinal “pentecostes” indica o último dia de uma série de cinquenta dias. Essa coincidência
intencional das duas tradições tem por finalidade fazer compreender que o Espírito Santo é a lei interna da caridade. Todo o relato dos Atos dos Apóstolos precisa ser bem compreendido para que o sentido do texto não seja desvirtuado nem a mensagem do texto prisioneira de certas concepções equivocadas. O relato possui elementos claríssimos da teofania do Sinai: barulho ensurdecedor, fogo, espanto (cf. Ex 19,16). São elementos que, na cultura bíblica de determinada época, indicam a presença do próprio Deus. O barulho enche toda a casa, do mesmo modo que o Espírito Santo enche todos os que nela estão. Depois de um elemento sonoro, tem-se um elemento visual: “como que línguas de fogo”. Essas línguas de fogo simbolizam o poder de Deus que faz falar. O Espírito Santo é o poder de Deus que faz falar as maravilhas de Deus, sobretudo, o que Deus fez por toda a humanidade mediante seu Filho Jesus Cristo. Não se trata, aqui, de glossolalia, mas de um modo de afirmar a universalidade da missão da Igreja: o dom do Espírito impulsiona a Igreja a assumir cada cultura, a língua de cada povo, para poder fazer chegar a toda pessoa a graça do amor de Deus manifestada no Senhor Jesus Cristo. A linguagem do Espírito não é uma linguagem ordinária, pois ele comunica a realidade íntima de Deus, a verdade da vida espiritual. A ação interior do Espírito Santo é essencial para viver a fé, a esperança e a caridade. O Espírito Santo é o que faz com que a mensagem e a obra de Cristo entrem no mais profundo do coração, onde ele introduz o mistério pascal.
Pe. Carlos Alberto Contieri
 

Oração

Pai, que o teu Espírito Santo me recrie inteiramente, de modo a banir para longe de mim todo medo e toda insegurança que me impedem de dar testemunho do teu Reino.


Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. http://www.paulinas.org.br

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