sábado, 28 de novembro de 2015

Comentário Evangelho do final de semana

COMENTÁRIO AO EVANGELHO

Estamos começando este tempo de graça que é o advento, tempo de preparação para a vinda do Senhor. Este tempo de preparação nos ajuda a bem celebrar o nascimento de Jesus e nos prepara para a sua vinda gloriosa. Por este motivo, o evangelho de hoje fala mais da segunda vinda de Cristo do que da primeira. Pensava-se que a segunda vinda de Cristo seria iminente. O atraso da parusia criou uma situação de frustração, comodismo e laxismo no seio da comunidade cristã.
Lucas vai corrigir essa ideia, propondo viver as vicissitudes do tempo presente como lugar aberto ao testemunho dos cristãos. As especulações acerca da segunda vinda de Cristo deram origem ao discurso milenarista, do qual muitos se aproveitaram e se aproveitam para promover-se através do engano e da confusão. Mais ainda, a expectativa de uma segunda volta de Cristo uniu a esse advento fenômenos atmosféricos que anunciariam o fim do mundo. Deus seria o autor da destruição motivado pela decepção do ser humano que ele criou. Ora, contra o engano, a confusão, o desânimo, o medo, é preciso “erguer a cabeça” para olhar o futuro, para fixar o olhar em Cristo. Não somente o Templo passa, mas também o sofrimento, a perseguição e a morte. Todas essas realidades não são a última palavra da existência humana. Em Jesus Cristo, vencedor do mal e da morte, todas essas realidades serão transformadas em alegria e em consolação, pois é por ele que todos participam de sua vitória.
Na continuidade do discurso escatológico, discurso sobre o fim, isto é, sobre o que é definitivo, Jesus conta a parábola da figueira, que é a ilustração do dito no versículo 28. A fé e a esperança que brotam da fé permitem que se possa levantar a cabeça. Nossa condição de cristãos, enquanto peregrinos neste mundo, é viver na esperança. A esperança não é simplesmente um bom desejo para o futuro, mas a experiência de viver a vida apoiada na palavra e no destino final de Jesus Cristo, que venceu o mal e a morte. O conteúdo próprio da esperança cristã é a participação no destino final do Senhor. Mais uma vez, a conclusão dessa breve parábola exorta à confiança no que não passa, no que dá firmeza e sustenta a esperança, a saber, a palavra de Jesus. Para o fiel cristão é preciso, mesmo nas situações mais dramáticas da existência humana, experimentar, ao menos saber, que o Senhor está perto e manter o olhar fixo nele, pois é dele que nos vem o auxílio e a proteção; é ele nosso refúgio e fortaleza. Pe. Carlos Contieri, sj, em ‘A Bíblia dia a dia 2015’, Paulinas.

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