sábado, 23 de abril de 2016

Evangelho do final de semana - Amai-vos uns aos outros.

5º Domingo da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 13,31-33a.34-35

Eu vos dou um novo mandamento:
amai-vos uns aos outros.
+ Proclamação do evangelho de Jesus Cristo seg. João 13,31-33a.34-35

31Depois que Judas saiu, do cenáculo
disse Jesus:
'Agora foi glorificado o Filho do Homem,
e Deus foi glorificado nele.
32Se Deus foi glorificado nele,
também Deus o glorificará em si mesmo,
e o glorificará logo.
33aFilhinhos,
por pouco tempo estou ainda convosco.
34Eu vos dou um novo mandamento:
amai-vos uns aos outros.
Como eu vos amei,
assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
35Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos,
se tiverdes amor uns aos outros.'
Palavra da Salvação.


O NOVO MANDAMENTO
 O breve texto do evangelho deste domingo é de capital importância, pois é o fundamento da nova comunidade dos seguidores de Jesus. O mandamento do amor deixado por Jesus, antes de se despedir dos seus, substitui a lei mosaica.

Por que “novo mandamento”, se lá no Levítico (19,18) já temos o mandamento do amor? A característica específica que diferencia o mandamento de Jesus do descrito na torá é a medida: “como vos amei”. Aí está toda a diferença entre um e outro. Ou seja, Jesus amou até doar a própria vida, até a morte. Para quem segue a Jesus, não se trata de “morrer literalmente” – embora às vezes há quem chegue a esse ponto –, mas  de morrer diariamente ao egoísmo, à intolerância e à arrogância; numa palavra, morrer a tudo que nos afasta dos outros e nos isola em nosso bel-prazer.

Esse amor é fundamental para os seguidores de Jesus, pois os identifica como seus discípulos. É a identidade do cristão. Outra novidade da proposta de Jesus é o “amor mútuo”: Jesus não pede que o amemos ou amemos a Deus (Dt 6,5), e sim que “nos amemos uns aos outros”. Encontra-se com Deus quem se abre à necessidade dos irmãos. Essa é a forma mais visível de demonstrar que o amamos. É preciso desconfiar do amor que dizemos ter a Deus se somos incapazes de amar os irmãos. A vocação cristã se caracteriza pelo amor recíproco. Um amor que constrói comunidade e não exclui as pessoas.

O amor é feito não apenas de belas palavras, mas sobretudo de gestos concretos, como foi demonstrado no “lava-pés”. O amor autêntico leva à vivência da partilha, do perdão e da solidariedade; em suma, leva ao encontro do outro. O verdadeiro amor é concreto, está nas obras e comunica. Como diz o papa Francisco: “Não há amor sem comunicar-se, não há amor isolado. O amor cristão tem sempre a característica de ser ‘concreto’: está mais nas obras que nas palavras, mais em dar do que em receber”. Portanto, não é um amor novelesco.
Pe. Nilo Luza, ssp

 Recadinho: - Você procura refletir sempre sobre a importância do amor ao próximo? - Você conhece pessoas que vivem na solidão? - O que vocês, como comunidade, fazem pelo próximo? - Você coloca seus talentos a serviço do próximo? - Apresente um exemplo edificante de amor ao próximo.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

“Novo céu e nova terra”
Um mandamento novo
Os textos da liturgia desses domingos dão uma tríplice visão do mesmo ensinamento: Apresentam um texto de Jesus, sua realização no caminho da formação da Igreja e a realização definitiva. No 5º domingo da Páscoa, temos o ensinamento no qual Jesus nos dá um novo mandamento. Esse novo caminho é levado aos povos com a criação das comunidades e o sentido futuro. O mandamento do amor se realiza entre nós e abre a visão do novo céu e da nova terra. Passamos para a nova vida através dos sacramentos: “Fazei passar da Antiga à nova Vida aqueles a quem concedestes a comunhão nos vossos mistérios” (Oração pós-comunhão).

No evangelho lemos que Jesus, no momento de sua glorificação tanto na morte como na ressurreição, dá-nos um novo mandamento, o mandamento do amor: “Amai-vos uns aos outros. Como Eu vos amei, deveis amar uns aos outros”. Este é o testemunho maior: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns ao outros” (Jo 13,34-35). O mandamento do amor não se reduz a um bem querer, um sentimento ou uma vaga dedicação. Jesus dá o mandamento que resume todos os demais (Mt 22,40). Não se trata em primeiro lugar de uma lei mas de uma vida, a vida que tem com o Pai. “O Pai e Eu somos um” (Jo 10,30).
A unidade do amor que faz das três Pessoas da Trindade um único Deus, nos é dado como participação. A novidade não é que haja um mandamento diferente. Ele é vida que sempre se renova. João diz: o amor jamais acabará (1Cor 10,30). Não é um mandamento a ser obedecido, mas uma vida que se estabelece.

Amai-vos uns aos outros como vos amei
O amor é profundamente divino e totalmente humano. Ele se expande em ações de salvação, isto é, levar outros a viverem o mesmo amor na vida de comunidade como vemos na evangelização de Paulo e Barnabé. Por isso Jesus diz que o mandamento é amar como Ele amou: “Como vos amei, assim também vós deveis amar uns aos outros. Temos visto na Igreja e nas Igrejas que o importante são os detalhes que não comprometem a vida de entrega amorosa como Jesus realizou. Nem se fala de pecado contra o amor. Não há um comprometimento vital com o amor. Por isso perdemos a capacidade de expandir a fé, porque o amor não se expande. O novo céu e a nova terra são o paraíso total do bem maior que é o Amor. Imaginamos um paraíso baseado em nossas experiências humanas. É nossa vida terrena que deve se espelhar no Paraíso de Deus que é feito de misericórdia e piedade, amor, paciência e compaixão. “O Senhor é muito bom para com todos. Sua ternura abraça toda a criatura” (Sl 144). Jesus ensina que seu mandamento é amar como Ele amou. Como Jesus amou? Esvaziou-se, assumiu a condição de escravo, fez-se obediente até a morte e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou (Fl 2.6-11). Esse é o modo de amar.

Nisto conhecerão que sois meus discípulos
Tendo amor uns pelos outros, poderemos dar um testemunho consistente de Jesus Cristo. Examinando nossa vida percebemos que falta muito para que o amor nos domine e seja a razão de nossa vida cristã. Não interessa uma Igreja política e economicamente poderosa. Interessa que ela cuide do ser humano, seja ele quem for.  Nele está estampando o rosto de Cristo. Jesus nasceu para todos e a todos salvou. Compete a nós continuar sua missão sendo tudo para todos, como foi Paulo (1Cor 9,19). Aqui corremos o risco de viver um cristianismo diferente da fé que Jesus nos transmitiu e ensinou. A oração pós-comunhão convida a passar da antiga à nova vida. A Ressurreição atua em nós.

Leituras: Atos 14,21b-27; Salmo 144; Apocalipse 21,1-5;João 13,1-33ª,34-35

 1.      Jesus ensina um novo mandamento que não é só um amor de querer bem, mas viver o amor que é a vida da Trindade Santa. É a vida que Jesus tem com o Pai e o Espírito. É novo porque sempre se renova.
2.      O amor que é humano e Divino expande-se em ações de salvação como vemos em Paulo e Barnabé. É o novo céu e a nova terra, não moldados por nosso ver humano, mas é o paraíso do Amor. Amar como Ele amou, isto é, se entregou.
3.      Tendo amor uns pelos outros damos um testemunho consistente. Como Jesus, seremos tudo para todos. 

 O amor em diversas formas           
O Tempo Pascal nos traz uma visão sobre a comunidade do Ressuscitado. A fé em Jesus Ressuscitado reúne os fiéis como fruto da Ressurreição. Os apóstolos anunciam e os que crêem formam o Corpo de Cristo vivo que é a Igreja. Jesus a apresenta como seu rebanho que vive o mandamento do amor. Essa comunidade está unida à Igreja dos redimidos na Jerusalém Celeste.

Essa nova Jerusalém é o novo céu e a nova terra que nos são apresentados por João Evangelista. Lá todas as coisas serão renovadas: “Eis que faço novas todas as coisas”. Isso não é só para um futuro, mas começa na comunidade dos fiéis onde o amor é a lei fundamental.
O amor vivido na comunidade tem um modelo e uma regra básica: “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34)\. Como Jesus nos deu a vida, assim devemos dar a vida pelos nossos irmãos.

Esse amor evangeliza. Não adiantam palavras. É preciso testemunho: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Id 35).
Foi assim que fizeram os apóstolos, de modo particular Paulo e Barnabé, que anunciaram e instituíram comunidades com dirigentes. Voltaram a Antioquia relataram o que o Senhor fizera por meio deles e como havia aberto a porta da fé aos pagãos (At 14,21-27).
O anúncio do Evangelho requer um amor que anuncia e é modo de vida.

Padre Luiz Carlos de Oliveira - Missionário Redentorista

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