sábado, 2 de abril de 2016

Evangelho do final de semana - 'A paz esteja convosco'.

2º Domingo da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 20,19-31

Oito dias depois, Jesus entrou.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo seg. João 20,19-31
19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana,
estando fechadas, por medo dos judeus,
as portas do lugar onde os discípulos se encontravam,
Jesus entrou e pondo-se no meio deles,
disse: 'A paz esteja convosco'.
20Depois destas palavras,
mostrou-lhes as mãos e o lado.
Então os discípulos se alegraram
por verem o Senhor.
21Novamente, Jesus disse: 'A paz esteja convosco.
Como o Pai me enviou, também eu vos envio'.
22E depois de ter dito isto,
soprou sobre eles e disse: 'Recebei o Espírito Santo.
23A quem perdoardes os pecados 
eles lhes serão perdoados;
a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos'.
24Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze,
não estava com eles quando Jesus veio.
25Os outros discípulos contaram-lhe depois:
'Vimos o Senhor!'. Mas Tomé disse-lhes:
'Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos,
se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos
e não puser a mão no seu lado, não acreditarei'.
26Oito dias depois, encontravam-se os discípulos
novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles.
Estando fechadas as portas, Jesus entrou,
pôs-se no meio deles e disse: 'A paz esteja convosco'.
27Depois disse a Tomé:
'Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos.
Estende a tua mão e coloca-a no meu lado.
E não sejas incrédulo, mas fiel'.
28Tomé respondeu: 'Meu Senhor e meu Deus!'
29Jesus lhe disse: 'Acreditaste, porque me viste?
Bem-aventurados os que creram sem terem visto!'
30Jesus realizou muitos outros sinais
diante dos discípulos,
que não estão escritos neste livro.
31Mas estes foram escritos para que acrediteis que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus,
e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
Palavra da Salvação.


AS CHAGAS DO RESSUSCITADO

No primeiro dia da semana, o Ressuscitado marca presença na comunidade acuada e amedrontada e a convida a abandonar o medo, abrir as portas e ir em missão. As portas fechadas não impedem que Jesus entre, assim como o faz nas comunidades que se reúnem na certeza da sua presença de Ressuscitado.

Mostrando as mãos e o lado chagados, deseja-lhes a paz. Saudação repetida três vezes. Paz é muito mais do que ausência de conflitos. Paz é a vida em harmonia consigo e com os outros, tendo condições necessárias para viver com dignidade. Esta é a primeira missão que os discípulos recebem de Jesus: construir uma comunidade onde as pessoas se respeitem e vivam harmoniosamente, empenhadas na busca de uma vida digna de filhos e filhas de Deus.

Jesus, depois de desejar a paz aos seus, mostra-lhes “as mãos e o lado”, e Tomé deseja pôr os dedos nas feridas para acreditar. A cena é muito significativa: ao mesmo tempo que é visto como incrédulo, Tomé professa grande testemunho de fé: “Meu Senhor e meu Deus”.

Jesus mostrou as chagas, e Tomé deseja vê-las e tocá-las para ter certeza de que o Ressuscitado é o próprio Jesus crucificado. Não é um Cristo fantasioso, inventado, mas é aquele Jesus que morreu na cruz. Tomé não crê num Cristo desligado do Jesus humano que viveu andando nas terras da Palestina e sofreu a paixão. Isso mostra que havia dúvidas quanto à encarnação de Deus na fragilidade humana, talvez uma dúvida que pairava nas comunidades joaninas. A dúvida de Tomé também deixa transparecer a dificuldade em crer na ressurreição. Para nós hoje, o que significa a ressurreição de Jesus? Há o risco de transformar a fé na ressurreição em simples doutrina, quando deveria ser uma experiência vivida. Se continuamos fechados e trancados dentro de nossas igrejas, é sinal de que a fé no Ressuscitado necessita ser reavivada. Uma fé sólida e convicta nos leva a apontar as feridas que machucam a carne de tantos sofredores.         Pe. Nilo Luza, ssp

 Comentário do Evangelho
AS PORTAS FECHADAS
            As portas fechadas por medo dos judeus simbolizavam a situação crítica vivida pela comunidade cristã, quando da morte de Jesus. Como as portas do local, também estavam fechadas as portas das inteligências e dos corações dos discípulos. O medo era fruto da falta de fé, e esta carência, da incapacidade de aceitar a ressurreição do Senhor como um fato consumado, que eliminava qualquer dúvida ou suspeita. A incredulidade deixara-os confusos, sem rumo, bloqueados pela perplexidade diante da morte do Mestre.
            Foi preciso uma intervenção enérgica do Mestre para arrancá-los dessa lastimável situação. E a ação do Senhor foi progressiva: fez-se presente no lugar em que se encontravam, mesmo estando fechadas as portas, como se as estivesse escancarando; exortou-os a recobrar a paz interior, deixando de lado os sentimentos negativos que agitavam seus corações; fez-lhes compreender que estavam diante do mesmo Jesus que fora crucificado – as marcas nas mãos e no lado não davam margem para dúvidas –; finalmente, comunicou-lhes o Espírito Santo e os enviou em missão.
            O medo e o conseqüente ensimesmar-se têm sido, ao longo dos séculos, a grande tentação dos discípulos de Jesus. A hostilidade do mundo somada à precariedade da fé explicam esta atitude. É mister deixar que o Ressuscitado rompa as barreiras  e nos envie em missão, com a força do Espírito.


Recadinho: - Como você definiria o que é fé? - O que você faz para que sua fé aumente? - Consegue manter-se firme em meio ao sofrimento que a vida lhe traz? - É difícil vive em paz? - O que será que mais dificulta a vivência da paz em nossas comunidades?

 

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