domingo, 7 de junho de 2015

Evangelho do Dia

Ano B - DIA 07/06



Fazer a vontade de Deus - Mc 3,20-35

Jesus voltou para casa, e outra vez se ajuntou tanta gente que eles nem mesmo podiam se alimentar. Quando seus familiares souberam disso, vieram para detê-lo, pois diziam: “Está ficando louco”. Os escribas vindos de Jerusalém diziam que ele estava possuído por Beelzebu e expulsava os demônios pelo poder do chefe dos demônios. Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino se divide internamente, ele não consegue manter-se. Se uma família se divide internamente, ela não consegue manter-se. Assim também, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, ele não consegue manter-se, mas se acaba. Além disso, ninguém pode entrar na casa de um homem forte para saquear seus bens, sem antes amarrá-lo; só depois poderá saquear a sua casa. Em verdade, vos digo: tudo será perdoado às pessoas, tanto os pecados como as blasfêmias que tiverem proferido. Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será réu de um ‘pecado eterno’”. Isso, porque diziam: “Ele tem um espírito impuro”. Nisso chegaram a mãe e os irmãos de Jesus. Ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Ao seu redor estava sentada muita gente. Disseram-lhe: “Tua mãe e teus irmãos e irmãs estão lá fora e te procuram”. Ele respondeu: “Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?”. E passando o olhar sobre os que estavam sentados ao seu redor, disse: “Eis minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
 

Comentário

O fechamento à graça de Deus
A contar pelo contexto literário, os textos anteriores ao nosso nos permitem ter o pano de fundo a partir do qual é feita a acusação pelos escribas oriundos de Jerusalém, de que Jesus agia impulsionado por um espírito mal, Beelzebu. Efetivamente, o modo como Jesus interpretava e praticava a Lei de Moisés não só punha em crise como fazia desmoronar o sistema de pureza e a prática da Lei, pautada por um rigorismo tal que, mais adiante no relato de Marcos, Jesus dirá ser “tradição humana” (cf. Mc 7,8.13) que deixa de lado o “mandamento de Deus”. Os escribas e com eles os fariseus, entre outros, se sentiam ameaçados em seu modo de praticar a religião. A esclerocardia deles (cf. Mc 3,5) impedia-os de questionar o seu próprio modo de viver a religião. Julgando-se justos por essa prática da Lei, para eles todos os demais estavam equivocados. Daí a crítica intempestiva e contraditória a Jesus. O ouvinte e o leitor do evangelho que conhecem o relato do batismo de Jesus sabem que é revestido do Espírito Santo (Mc 1,9-11); é essa força interior que inspira as palavras e impulsiona a ação de Jesus. Por isso, não pode admitir, a não ser como absurda, a acusação dos escribas. Ninguém podia fazer o bem que Jesus fazia se Deus não estivesse com ele (cf. Jo 9,33). A blasfêmia contra o Espírito Santo é fechamento à graça de Deus. Ela fecha o caminho da salvação. Ela consiste em sustentar que em Jesus age um espírito impuro. É essa acusação que é portadora do mal. A vida de Jesus era desconcertante não somente para os opositores de Jesus, mas também para a sua família. O início do evangelho de hoje já nos informa acerca do juízo e da intenção da família de Jesus (cf. vv. 20-21). No entendimento da família de Jesus, ele estava “fora de si”. Essa é a razão pela qual a família de Jesus, chegando ao lugar onde ele se encontrava, manda chamá-lo, mas permanece do lado de fora da casa. Ora, para os que estão do lado de fora, parece loucura o que Jesus faz e ensina (cf. Mc 3,20.31). Mas, para os que estão ao redor de Jesus e dentro da casa, o que Jesus ensina e faz, o modo como vive, não somente faz sentido, mas dá sentido à vida e faz viver. O episódio é a ocasião para afirmar que tudo na vida de Jesus é expressão e engajamento para a realização da vontade de Deus. O que caracteriza o povo, a família, que se reúne em torno dele, é a disposição de fazer a vontade de Deus.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj
 
 
Leitura Orante

Oração Inicial

Celebramos hoje na liturgia o 10º Domingo do Tempo Comum. O evangelho nos coloca diante da multidão que procura por Jesus pois reconhece que o que ele ensina e faz dá sentido à vida e faz viver. Já para outros, tudo o que Jesus ensina e faz parece loucura. Agradeçamos ao Senhor por este dia que ele nos concede e pela sua Palavra que vamos meditar.
Espírito Divino, luz de Deus, vinde nos iluminar, para que possamos compreender o sentido profundo da Palavra de Deus. Fazei-nos discípulos missionários de Jesus, Caminho, Verdade e Vida, transformando nosso coração em terra boa, onde a Palavra produza frutos abundantes. Amém.
 

1- Leitura (Verdade)

O que diz o texto? Quem são os personagens que compõe a narrativa? O que busca a multidão que procura por Jesus? Como Jesus define seus familiares mais próximos? O que significa fazer a vontade de Deus? Em que consiste a blasfêmia contra o Espírito Santo?
"O evangelho de Marcos revela a nova relação entre o povo e Deus, que se estabelece através de Jesus. O que se vê é uma grande multidão de excluídos (ochlós), seja dentre os gentios, seja da dispersão do judaísmo, que se reúne em torno da casa onde se encontra Jesus. (...) Com Jesus temos uma nova realidade, destacada pelos evangelhos ao mencionarem cento e quarenta e nove vezes a 'multidão' que se relaciona com Jesus. Esta relação é uma característica muito mais marcante da índole e da personalidade de Jesus do que as narrativas de seus milagres possam significar. É uma chave de leitura para compreendermos a presença de Jesus no mundo, em relação com todos os povos e culturas, não se limitando a grupos religiosos específicos. (...)
A partir de uma referência à sua família carnal, Jesus afirma: 'Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?... Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe'. É a união em torno da prática da vontade de Deus que cria os novos laços familiares no Reino. Viver o amor, o serviço, a partilha, a misericórdia, solidariamente com os mais necessitados, é inserir-se na família de Jesus, quer seja por laços consanguíneos, quer não, certos da comunhão de vida eterna com Jesus (segunda leitura). (Reflexão de José Raimundo Oliva, em A Bíblia dia a dia, Paulinas) 
 

2- Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim? Como acolho as palavras e ensinamentos de Jesus em minha vida? O que significa realizar a vontade de Deus?  
 

3- Oração (Vida)

Jesus, divino Mestre, nós vos adoramos, Filho muito amado do Pai, caminho único para chegarmos a ele. Nós vos louvamos e agradecemos, porque sois o exemplo que devemos seguir. Com simplicidade queremos aprender de vós o modo de ver, julgar e agir. Queremos ser atraídos por vós, para que, caminhando nas vossas pegadas, possamos viver dia a dia a liberdade dos filhos de Deus, renunciando a nós mesmos, para buscar em tudo, a vontade do Pai. Aumentai nossa esperança, impulsionando plenamente o nosso ser e o nosso agir. Ajudai-nos a retratar em nossa vida a vossa imagem, para que assim vos possamos possuir eternamente no céu. Amém
 

4- Contemplação (Vida e Missão)

Como vou viver concretamente durante o dia os apelos que o Senhor me revelou?
 

Bênção

- Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Que Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Que volte para nós o seu olhar e nos dê a paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.



Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. http://www.paulinas.org.br

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