domingo, 28 de junho de 2015

Evangelho - Solenidade de São Pedro e São Paulo

Ano B - DIA 28/06



Solenidade de São Pedro e São Paulo - Mt 16,13-19

Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos discípulos: “Quem é que as pessoas dizem ser o Filho do Homem?”. Eles responderam: “Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros ainda, Jeremias ou algum dos profetas”. “E vós”, retomou Jesus, “quem dizeis que eu sou?”. Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus então declarou: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.
 
 
Leitura Orante

Oração Inicial

Neste domingo solene da memória dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, rezemos pela Igreja e pelo Papa, cujo dia celebramos hoje. Que a Palavra nos fortaleça no testemunho de nossa fé, a exemplo dos apóstolos Pedro e Paulo, que deram a sua vida por Cristo e pelo Evangelho.
 

1- Leitura (Verdade)

O que diz o texto? Qual é o questionamento que Jesus dirige aos discípulos? Quais são as afirmações a respeito de Jesus? Para Simão Pedro, quem é Jesus? Qual é a missão que Jesus confia a Pedro?
"Os três evangelhos sinóticos, Marcos, Mateus e Lucas, narram esta controvertida passagem da 'confissão de Pedro, cada um deles imprimindo suas interpretações teológicas pessoais a suas narrativas. Nos evangelhos de Marcos e Lucas, a resposta de Pedro à pergunta de Jesus sobre sua identidade é breve: 'Tu és o Cristo (messias)', e merece a repreensão de Jesus. Pedro e os demais discípulos acreditavam que Jesus seria o messias político esperado, que daria ao povo judeu a glória e o poder sobre as demais nações, como um novo Davi, conforme a imagem elaborada pela tradição do Primeiro Testamento. Jesus censura Pedro por esta compreensão e procura demovê-la da mente dos discípulos.
Mateus modifica a narrativa original de Marcos e também adotada por Lucas. Ele dá um novo sentido à resposta de Pedro, à qual acrescenta a proclamação 'Filho de Deus vivo'. Segue-se a fala de Jesus confirmando a profissão de seu messianismo celeste, ao elogiar a fala de Pedro, declarando-a como revelação divina. Com o acento sobre o caráter messiânico cristológico de Jesus, Mateus dá uma resposta às suas comunidades, oriundas do judaísmo. Ele escreve na década de 80, depois da destruição do Templo de Jerusalém, quando os cristãos inseridos na comunidade judaica estavam sendo expulsos das sinagogas, que até então frequentavam. Ele pretende convencê-los de que em Jesus se realizavam suas esperanças messiânicas moldadas sob a antiga tradição de Israel, de modo a não se intimidarem sob as ameaças e repressão da sinagoga e permanecerem na comunidade cristã.
Com a visão teológica de Mateus ficam estabelecidas duas identidades para Jesus: uma, é 'o filho do homem', o simples Jesus de Nazaré, inserido na humanidade, na sua humildade, e presente entre ela até o fim dos tempos, porém, dignificando-o e divinizando-o; a outra é o 'cristo' ou 'messias' (cristo do grego, messias do hebraico, significando 'ungido'), que é o Jesus ressuscitado, manifestado em glória nos céus, acima dos poderes celestiais, de onde virá para o julgamento final.
Embora no Segundo Testamento se perceba conflitos entre Pedro e Paulo (cf., p. ex., Gl 2,11-14), a liturgia os reúne em uma só festa. Pedro é lembrado pelo seu testemunho corajoso diante da perseguição (At 12,1-11) e Paulo, por seu empenho missionário em territórios da diáspora judaica." (Reflexão de José Raimundo Oliva, em A Bíblia dia a dia, Paulinas)
 

2- Meditação (Caminho)

(...)"Pedro foi o primeiro que confessou que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. Paulo difundiu este anúncio no mundo greco-romano. E a Providência quis que os dois viessem a Roma e aqui derramassem o sangue pela fé.(...) Pensemos em Pedro. Quando confessou a sua fé em Jesus, não o fez pelas suas capacidades humanas, mas porque tinha sido conquistado pela graça que Jesus transmitia, pelo amor que sentia nas suas palavras e via nos seus gestos: Jesus era o amor de Deus em pessoa!
E o mesmo aconteceu a Paulo, embora de maneira diferente. Quando jovem, Paulo era inimigo dos cristãos, mas quando Cristo Ressuscitado o chamou no caminho de Damasco a sua vida foi transformada: compreendeu que Jesus não tinha morrido, mas estava vivo, e também o amava, a ele que era seu inimigo! Eis a experiência da misericórdia, do perdão de Deus em Jesus Cristo: esta é a Boa Nova, o Evangelho que Pedro e Paulo experimentaram em si mesmos e pelo qual deram a vida. Misericórdia, perdão! O Senhor perdoa-nos sempre, tem misericórdia, é misericordioso, tem um coração misericordioso e espera-nos sempre.
Queridos irmãos, que alegria é crer num Deus que é totalmente amor e graça! Esta é a fé que Pedro e Paulo receberam de Cristo e transmitiram à Igreja. Louvemos o Senhor por estas duas testemunhas gloriosas, e como eles, deixemo-nos conquistar por Cristo, pela sua misericórdia."(...) (Papa Francisco, Angelus 29/06/13, disponível na íntegra em https://w2.vatican.va)
 

3- Oração (Vida)

Celebrando a memória dos Apóstolos Pedro e Paulo, supliquemos ao Senhor pela missão da Igreja; rezemos nas intenções do Papa e de modo especial para que acolhamos a sua mensagem manifesta na Encíclica Laudato Si; pedimos pelos cristãos perseguidos por causa da fé e pelos povos que vivem em regiões de conflitos e guerras. Lembremos ainda de todas as iniciativas da Igreja para a evangelização dos povos.

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual apelo a Palavra de Deus despertou em meu coração? O que me proponho a viver? Como vou atingir este propósito?
 

Bênção

- Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, que vos deu por fundamento aquela fé proclamada pelo apóstolo Pedro e sobre a qual se edifica toda a Igreja.
- Ele, que vos instruiu pela incansável pregação de são Paulo, vos ensine a conquistar também novos irmãos para o Cristo.
- Que a autoridade de Pedro e a pregação de Paulo vos levem à pátria celeste, onde chegaram gloriosamente um pela cruz e outro pela espada.
- Abençoe-nos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
 

Comentário

Pela fé a Igreja é revestida da luz do ressuscitado
Junto com a festa de S. Pedro e S. Paulo, celebramos a festa do que a Igreja é: Corpo de Cristo, testemunha de Jesus Cristo (At 1,8), testemunha da vitória de Cristo sobre o mal e todas as manifestações e sobre a morte. Ao celebrarmos num mesmo dia a festa desses dois mártires, tão diferentes entre si, mas unidos pelo mesmo amor à pessoa de Jesus, amor que os levou a entregar a própria vida, celebramos também a diversidade da Igreja e o desafio de construir a comunhão eclesial. Um e outro puderam experimentar uma profunda e radical transformação em suas vidas. Pedro foi encontrado pelo Senhor, às margens do mar da Galileia, enquanto, com seu irmão André, lavavam as redes, depois de uma noite de pesca. A partir desse primeiro encontro, teve início um longo caminho de transformação radical da sua vida, que o levou a essa magnífica expressão de sua adesão radical a Jesus: “... Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo” (Jo 21,17). Paulo, de perseguidor implacável da Igreja de Cristo, foi iluminado pelo Senhor no caminho de Damasco. Essa iluminação, num primeiro momento, o cegou para fazê-lo compreender que todo o passado dele sem Cristo era uma grande cegueira. A luz que surpreendeu Paulo o cegou para dar a ele uma nova luz, a luz do Cristo ressuscitado, a iluminação que é dada como fruto da fé no Senhor vencedor do mal e da morte. A fé da Igreja está apoiada na rocha da fé de Pedro e no testemunho daqueles que com Pedro foram testemunhas oculares de tudo o que Jesus fez e ensinou. Pela fé a Igreja é revestida da luz do Cristo ressuscitado e, pela graça do mesmo Cristo, é herdeira de sua vitória (cf. Ap 12,1-6). Deles e de todos os que viveram o tesouro da fé a ponto de darem suas vidas se pode dizer que nada foi capaz de separá-los do amor de Cristo (Rm 8,35-37). Por razões diferentes, a Igreja de todos os tempos sempre foi perseguida e ameaçada. Sempre tivemos mártires. O nosso tempo, nesse aspecto, não faz exceção. Por trás do discurso de tolerância religiosa se esconde uma verdadeira rejeição aos valores verdadeiramente cristãos. Que Deus nos dê a graça e a força do Ressuscitado para que, apoiados na fé dos Apóstolos, possamos, não obstante o mundo que nos cerca, dar o verdadeiro testemunho de Cristo. E que, não obstante os momentos difíceis, as ameaças e os perigos, a Igreja continue o seu caminho. Que Deus nos conceda a graça de uma confiança inabalável nele e a graça da lealdade e da fidelidade à Igreja, construída sobre a rocha da fé de Pedro.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj
 

Oração

Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.


Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. http://www.paulinas.org.br

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